O serviço de comunicação direta entre celulares e satélites (D2D) usando bandas S ou L não precisa necessariamente envolver as operadoras móveis, afinal, as referidas frequências são controladas por operadoras de satélite. Contudo, a Hughes, uma das empresas que planeja lançar esse serviço no Brasil, quer atrair as teles para serem parceiras na comercialização do produto, disse o seu presidente no Brasil, Rafael Guimarães. Ele participou nesta quarta-feira, 3, de um painel sobre D2D no Congresso Latino-americano de Satélites, no Rio de Janeiro.

A EchoStar, controladora da Hughes, está preparando o lançamento de uma constelação de 700 satélites de baixa órbita (LEO, na sigla em inglês) para prestar serviço de D2D na banda S. A empresa está adquirindo autorização para uso dessa frequência em diversos países e já a garantiu no Brasil. A expectativa é de que os 700 satélites estejam no espaço dentro de três a quatro anos.

Hughes: vantagens da banda S no D2D

Uma das vantagens da banda S é estar mais vazia, evitando problemas de interferência com outros serviços em faixas próximas. Se uma operadora móvel fechar parceria, seu assinante acessará o satélite somente quando estiver fora da cobertura móvel. Na prática, é como se entrasse em roaming e se conectasse a outra rede, no caso, com ERBs no espaço. Esse tipo de arquitetura de rede é chamada de NTN: redes não-terrestres.

Cabe lembrar que o serviço de D2D depende de os dispositivos serem compatíveis com o release 17 ou superior do 3GPP, o que por enquanto se restringe a smartphones top de linha.

Outro serviço D2D prestes a chegar ao Brasil é o da Skylo, em parceria com a Viasat e usando a banda L.

Foto no alto: Rafael Guimarães, presidente da Hughes do Brasil (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)