A região Sul será a primeira no Brasil a contar com o serviço de banda larga via satélite da Amazon, o Kuiper. Isso porque o plano de lançamento da sua constelação de mais de 3,2 mil satélites de baixa órbita (LEO, na sigla em inglês) divide os hemisférios em três zonas, começando por aquelas mais próximas aos pólos, e terminando naquela mais perto da linha do Equador. O Sul do Brasil está na região 2 do plano da Amazon e deve ter o serviço lançado poucas semanas depois de Argentina e Chile, informou Zoran Kheler, head de desenvolvimento de negócios para telcos da Amazon Kuiper, durante o Congresso Latino-americano de Satélites, nesta quinta-feira, 3, no Rio de Janeiro. O restante do Brasil virá somente com a cobertura da zona 3, próxima da linha do Equador.

Kuiper

Plano de cobertura da constelação de satélites Kuiper (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)

Ainda neste ano, a Amazon inicia testes de validação de serviços com alguns consumidores em mercados desenvolvidos, a partir de dois satélites que entrarão em órbita entre outubro e novembro. Em 2025, acontecerá o lançamento do serviço na América do Norte, na Europa, na Austrália e na Nova Zelândia. E até julho de 2026 é esperado que metade da constelação esteja operacional e o serviço esteja sendo comercializado no Brasil.

Kuiper vai concorrer com Starlink

O Kuiper vai concorrer diretamente com o Starlink, de Elon Musk. A ideia é prover conectividade principalmente para residências que hoje não contam com banda larga. A Amazon estima que 118 milhões de residências na América Latina carecem desse serviço, ou 61% do total.

A empresa vai vender três devices, com tamanhos e capacidades distintas. O menor, com uma área de 18 cm por 18 cm, alcançará 100 Mbps no downlink e 20 Mbps no uplink. O de porte médio terá uma área de 28 cm por 28 cm e velocidades de 400 Mbps no downlink e 100 Mbps no uplink. O maior, de 76 cm por 51 cm, é voltado para empresas e atingirá 1 Gbps no downlink e 400 Mbps no uplink.

 

Kuiper

Os três devices do Kuiper

A Amazon pretende cobrir o mundo inteiro com seus satélites de baixa órbita. Eles estarão a cerca de 20 Km de altitude e separados um do outro por mais ou menos 50 Km. Por serem de baixa órbita, sua latência é menor que a dos satélites geoestacionários.

Foto no alto: Zoran Kheler, da Amazon Kuiper (Crédito. Fernando Paiva/Mobile Time)