A Skylo promete lançar no Brasil em 2025 o seu serviço de comunicação direta entre celulares e satélites (ou D2D, na sigla em inglês). A empresa desenvolveu uma tecnologia que permite a conexão direta entre smartphones com chipsets compatíveis com o release 17 do 3GPP e satélites geoestacionários que já estão em órbita usando as bandas L ou S.

No Brasil, a Skylo tem parceria com a Viasat para usar seus satélites, conta com autorização da Anatel para usar a banda L e já acertou parceria com três operadoras móveis virtuais (MVNOs) para o lançamento do serviço com foco inicial no mercado de soluções para Internet das Coisas (IoT), revelou Hugh Stevenson, diretor de desenvolvimento de negócios da companhia, durante o Congresso Latino-americano de Satélites, nesta quinta-feira, 3, no Rio de Janeiro.

“A inovação da Skylo é aproveitar os satélites geoestacionários. Esse é o nosso segredo”, comentou Stevenson. A empresa já tem parceria para cobertura e operação em mais de 40 países. O Brasil será o primeiro na América Latina, afirmou o executivo.

Como funciona o serviço da Skylo?

Ao contrário da Starlink ou do Kuiper, o serviço da Skylo não é de banda larga, mas de banda estreita. A ideia é servir para comunicação de emergência, como envio ou recebimento de mensagens de texto, ou envio de localização; ou para tráfego de dados de aplicações de IoT. Os três principais casos de uso são: 1) serviço de SOS para o consumidor final; 2) monitoramento e telemetria de veículos; 3) IoT em máquinas pesadas localizadas em áreas remotas. A latência varia de 5 a 15 segundos.

“É um serviço para mandar poucos dados, mas importantes, através de um sistema robusto e confiável”, resumiu.

Como usa as bandas satelitais L e S, a Skylo não depende de acordos com as operadoras móveis. Segundo o seu diretor, a tecnologia é agnóstica quanto ao tipo de satélite, podendo operar também com aqueles de órbitas baixa e média no futuro.

Seu maior desafio, entretanto, é a falta de dispositivos compatíveis com release 17. Por enquanto, a tecnologia está restrita a smartphones top de linha. Nos EUA, os novos modelos Pixel, do Google, contam com o serviço.

Imagem no alto: Hugh Stevenson, diretor da Skylo (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)