Um relatório elaborado pelo aplicativo de identificação de chamadas Truecaller colocou o Brasil como país mais afetado por ligações telefônicas de spam pelo segundo ano consecutivo. De acordo com a empresa, operadoras de telefonia e provedores de serviços de Internet foram os principais responsáveis pela marca.
Foram analisadas 116 bilhões de chamadas de spam em todo o mundo. No Brasil, foi constatada uma média de 45,6 ligações indesejadas por mês por usuário, contra 37,5 há um ano. É a terceira vez que a Truecaller realiza o levantamento; em 2018, o Brasil já havia ocupado a liderança do ranking, ultrapassando a Índia, primeira colocada em 2017. Segundo a Truecaller, os dados do relatório são agregados anonimamente a partir de chamadas marcadas como spam pelos usuários do aplicativo.
O relatório aponta que as ligações do setor de telecom passaram de 32% do total para 48% em 2019. Já os segmentos bancário (especialmente para a oferta de cartões de crédito e empréstimos) e de telemarketing seriam responsáveis por 13% cada.
Os outros 26% estariam relacionados com tentativas de fraude, como o golpe que gera uma chamada perdida e, quando a pessoa retorna, uma alta taxa é cobrada. Outra fraude recorrente foi o falso sequestro.
Peru, Indonésia, México e Índia ocuparam as demais primeiras posições do levantamento da Truecaller, que considerou ligações marcadas como spam entre 1º de janeiro e 30 de outubro de 2019. Também foram analisados contatos do gênero realizados via SMS: no mundo todo, foram identificadas 8,6 bilhões de mensagens consideradas spam. Neste caso, os três países onde a prática foi mais comum são do continente africano: Etiópia (119 SMS de spam mensais por usuário), África do Sul (114) e Quênia (102). Já o Brasil aparece na quarta colocação, com 87 SMS de spam por mês por usuário.
Neste ano, as operadoras brasileiras de telecom assumiram um compromisso de autorregulação para adoção de melhores práticas de telemarketing ativo. Entre as ações já implementadas estão a criação da plataforma Não me perturbe.