Falta de tempo é uma justificativa comum para deixar de estudar uma nova língua, mas a desculpa não cola se considerar aplicativos como o Duolingo. Ele tem uma premissa simples: utilizar recursos de gamifacation para levar o usuário a se familiarizar com outros idiomas, ou quem sabe até aprender o suficiente para se virar em uma viagem internacional.
Não à toa, o Duolingo é um dos apps de idiomas mais populares da Google Play Store, da App Store e da Windows Phone Store. O serviço tem também um suporte por site, caso não tenha um smartphone por perto na hora de querer treinar.
As lições costumam demandar pelo menos cinco minutos diários, e o app recompensa quem seguir com afinco as metas de pontos por dia. Há notificações – um tanto persistentes, fique avisado – com lembretes de fazer os exercícios. É possível ainda adicionar amigos para competir com eles em número de pontos, mas é necessário procurar pelo nome de login do usuário, ainda não há a opção de buscar por integração com redes sociais.
Ele oferece recursos visuais para aprender novas palavras, bem como muitos áudios para praticar a pronúncia. Há lições em que se utiliza o microfone do smartphone para falar frases e palavras, há outras para selecionar a tradução correta, e ainda a necessidade de escrever as palavras – na maioria das vezes, sem ajuda na grafia estrangeira.
Na hora de corrigir o usuário, no entanto, há falhas. Quando o Duolingo pede que se fale uma frase no idioma desejado, ele avalia se o exercício foi completado por aproximação. Ou seja: ele perde os detalhes de pronúncia errada que podem gerar confusões com falsos cognatos, quer dizer, palavras semelhantes, mas com significados diferentes. Às vezes, apenas seguir a entonação do exemplo já é o bastante para conseguir acertar o exercício.
Outra falha recorrente é punir o usuário por erros bobos de digitação. O critério é aleatório: às vezes o Duolingo deixa passar, às vezes não. Há pelo menos uma opção de comunicar erro na correção, além da possibilidade de ler comentários de outros usuários na questão. Na tradução em si, foram encontrados poucos erros em cerca de 20 dias de uso, como na correção da tradução da palavra “novio” em espanhol – o serviço não considerou a tradução "noivo", mas apenas "namorado", quando na verdade ambas estão corretas.
Mas talvez o maior problema atual do Duolingo seja a falta de opções de aprendizado a partir do português: há, no momento, apenas espanhol e inglês. Se houver o domínio de uma dessas línguas, é possível aprender outros idiomas como alemão, por exemplo, mas isso adiciona uma dificuldade grande, já que as respostas têm de ser precisas. A adição de mais opções seria muito bem-vinda.
De qualquer forma, mesmo com esses percalços, o Duolingo é uma ótima forma de se familiarizar com outros idiomas. Pode não substituir um curso de verdade, especialmente por não haver correções precisas, mas ajuda muito como complementaridade ou como forma de treino, caso já se saiba o idioma. Vale a pena testar, já que o aplicativo é gratuito (e não há publicidade). Só não espere poder dominar outra língua apenas com o app.