A utilização do grafeno para desenvolver telas e baterias de dispositivos móveis mais resistentes, duráveis e flexíveis é uma das grandes esperanças da indústria móvel. Contudo, o emprego do composto de grafeno não tem previsão comercial, pois é uma área nova e demanda estudos.

“Depende de uma série de fatores para o grafeno ser adotado“, afirma Christiano J.S de Matos, professor associado do recém-criado Centro de Pesquisa Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias da Universidade Mackenzie, o MackGraphe. “Ainda é muito difícil fazer previsões. Não só pelo aspecto científico, mas também pela confiabilidade para sua adoção dentro da indústria”.

Matos acredita que um dos segredos para o desenvolvimento da tecnológica está na parceria com as indústrias. Com R$ 100 milhões de investimento, o projeto teve apoio da Fapesp, CNPq e BNDES, além de parcerias com instituições estrangeiras como Rice University (EUA), Imperial College (ING) e a Universidade Nacional de Cingapura – conhecida por estudos para novas baterias de longa durabilidade –, mas apenas uma empresa da indústria móvel comprometeu-se com o MackGraphe (em sigilo).

No centro de estudo, a equipe trabalhará em três linhas de pesquisas para fazer a ligação entre o grafeno e a indústria: bateria e supercapacitor, para criar matérias mais duráveis em capacidade de energia;  fotônica, com intuito de criar projetos de internet de fibra ótica mais rápida por meio de um receptor de luz que será desenvolvido no laboratório; e materiais compositores, para analisar o uso do grafeno com outros materiais como vidros e plásticos.

Dentro dessas linhas de trabalho, o laboratório ainda analisará o emprego do grafeno na saúde humana. O professor explica que por ser uma tecnologia relativamente nova, a pesquisa em saúde com o grafeno é importante para entender os efeitos de seu elemento em longo prazo para os humanos.

Descoberto em 2004 por Andre Geim, ganhador do Prêmio Nobel de Física em 2010, o grafeno é um composto criado a partir do grafite com espessura de um átomo e serve como condutor de energia, além de ser impermeável e resistente. Até meados de 2010 seu método de extração era “manual”, algo que dificultava a possibilidade de desenvolvimento em larga escala.

Hoje, explica Matos, foram feitos métodos mais interessantes, como misturar o grafeno com líquido – transformando-o em óxido de grafeno – para aplicação em vidro, papel ou tecido, por exemplo. Outro método permite criar uma “folha de grafeno”, a partir de aquecimento com folha de cobre.

 

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