A Broadcom alcançou 1 bilhão de chips de Wi-Fi 6 e Wi-Fi 6E enviados ao mercado para roteadores, smartphones, access points empresariais e gateways de provedores no acumulado de três anos. Como resultado, a receita de wireless da empresa chegou aos US$ 2 bilhões no quarto trimestre de 2021, o equivalente a 34% da receita do negócio de semicondutores, a principal fonte de ganhos da empresa.
Em conversa com analistas para apresentar o resultado financeiro da empresa no quarto trimestre de 2021 nesta sexta-feira, 4, o CEO da companhia, Hock Tan, disse que a tecnologia de rede sem fio de 6 GHz está ganhando tração entre os fabricantes (OEMs). Lembrou que, apenas nos Estados Unidos, a demanda por infraestrutura de site até o acesso é de US$ 65 bilhões nos próximos cinco anos, uma vez que mais casas dependerão de Internet de banda larga. Algo que que essa é uma tendência global, pois, a banda larga ampla (wide broadband, no original em inglês) é uma alternativa “melhor que o 5G para conexões residenciais (FWA)”.
“Nossos parceiros de OEMs e de provedores estão avançando com o Wi-Fi 6E, a atual geração do Wi-Fi que usa a frequência de 6 GHz, um espectro licenciado que está sendo liberado (pelos reguladores) ao redor do planeta”, disse Tan. “À medida que olhamos para o futuro, nós somos o líder da indústria e estamos investindo pesado no Wi-Fi 7 como complemento ao 10 GPON e modem de cabo”, completou.
Um adendo a se dizer é que a companhia também vende insumos para a quinta geração.
Tan também afirmou que o aumento no Wi-Fi foi puxado por uma mudança de comportamento, com muitas empresas aderindo ao trabalho híbrido ou voltando completamente ao trabalho presencial ao redor do mundo, uma vez que houve recuo dos casos da variante ômicron do Novo Coronavírus (Sars-Cov 2).
Wi-Fi x 5G
Em mensagem enviada a Mobile Time, Tiago Rodrigues, CEO da Wireless Broadband Alliance (WBA), o resultado da Broadcom mostra que os reguladores devem continuar disponibilizando espectro para o Wi-Fi 6, uma vez que a pandemia acelerou a digitalização e sua economia. A fala do representante da associação de Wi-Fi surge após discussões no MWC 2022 defenderem o aumento da oferta de espectro para o 5G, o que incluiria a frequência não licenciada de 6 GHz.
“O Wi-Fi seguirá como uma tecnologia para fixar o desenvolvimento da economia digital. O Wi-Fi 6 e o Wi-Fi 7 darão uma maior aceleração à digitalização. Contudo, os dispositivos não conseguem alcançar seu potencial completo até que o espectro de 6 GHz esteja completamente liberado em regiões ao redor do mundo. Além do mais, as organizações não poderão operar em um nível de disputa similar a outras regiões que estiveram com pensamento mais adiante em relação à próxima geração das redes sem fio”, disse.
Se a previsão de Rodrigues estiver correta, o Brasil sairá na dianteira, uma vez que a Anatel aprovou e dedicou a faixa de 6 GHz para a tecnologia wireless. Contudo, uma fonte da agência reguladora disse para Teletime que a decisão pode ser reavaliada.
Em 2021, a WBA estima 300 milhões de equipamentos com Wi-Fi 6E ativados.