“Os EUA precisam aceitar: não é possível parar a China”: o recado partiu da economista e professora da London School of Economics Keyu Jin, considerada uma das maiores especialistas na economia chinesa, durante painel no MWC25 (Mobile World Congress), nesta terça-feira, 4, em Barcelona.
Para Jin, os EUA estão obcecados com a China, mas a recíproca não é verdadeira. A China estaria mais preocupada em questões internas da sua economia, garante.
A economista alertou também que “para toda ação há uma reação”, se referindo aos movimentos agressivos recentes feitos pelo presidente norte-americano, Donald Trump. E lembrou que a economia global de hoje em dia está muito mais interligada e cada vez menos dependente dos EUA.
“A periferia não é mais periférica, mas está integrada ao mundo. Vivemos uma nova era de centros dispersos de poder financeiro e de inovação. Essa diversificação deve ser levada em conta”, analisa.
Tecnologia e geopolítica internacional
O painel do qual Jin participou discutiu o impacto da geopolítica internacional sobre a indústria de tecnologia digital. O diretor de ciência e tecnologia da OCDE, Jerry Sheerhan, destacou que qualquer área que potencialmente possa ser aproveitada para aplicações de defesa acaba despertando o interesse dos países e influenciando decisões dentro do xadrez da economia mundial. Ele citou como exemplos IA, computação quântica e 6G.
E o diretor do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, Gregory Allen, concordou: “A IA viabiliza não apenas uma revolução comercial, mas também militar”.
Foto no alto: Keyu Jin é a segunda da esquerda para a direita, no palco do MWC25 (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)