A TIM segue otimista com o cronograma de entrega das frequências arrematadas no leilão do 5G. Durante o TIM Brasil Day 2022, evento da companhia com analistas de mercado e imprensa especializada, nesta quarta-feira, 4, Leonardo Capdeville, CTIO da operadora, afirmou que está em conversas com o grupo da Anatel (GAISPI) que acompanha a liberação das faixas. “A data está mantida”.
“Não existem (grandes) desafios. Mas a cobertura não cresce em todos os lugares de forma instantânea, e nem o tráfego acontece no dia um (de ligação da rede). Existem ajustes que podem ser feitos em coordenadas, onde tenha uma possível interferência e nós consigamos mitigar de alguma forma se as engenharias das empresas trabalharem em coordenação com a EAF“, disse. “Estou otimista, pois é um processo de cooperação”, conclui.
Essa cooperação teria que ser coordenada com operadoras de satélite, especialmente no caso da banda C estendida – 3.625 a 3.700 MHz, o foco do GAISPI -, que é um dos principais pontos para a liberação de espectro nas capitais. Ainda assim, o executivo afirmou ao Teletime e ao Mobile Time que não há motivos para preocupação em relação ao cronograma, com a conclusão da limpeza de espectro em junho, e o ligamento do 5G até final de julho. Durante a apresentação, ele destacou que a rede já está pronta para ser ligada assim que a faixa for liberada, e citou a implantação do primeiro core de rede 5G standalone no Rio de Janeiro, em março.
Capdeville comparou o atual momento com o 700 MHz no 4G. Para ele, era mais difícil naquela época com a distribuição do set-top-box e receios de interferência do LTE na TV convencional, algo que não chegou a acontecer. Ainda assim, o CTIO afirmou que, para ter as frequências liberadas no começo do segundo semestre, dependerá de “uma coordenação muito forte” e “ajustes” dos envolvidos.
Um exemplo de ajuste citado pelo executivo é o serviço fixo satelital (FSS) em Vargem Grande (RJ), uma região que tem diversos teleportos. “Teremos que tomar cuidado para que não interfira, até que os investimentos de filtros e outras contenções aconteçam. Se esses investimentos não acontecerem, talvez nós tenhamos que segurar um pouco a potência das ERBs. Por isso, precisará de um processo de coordenação nosso com EAF e, efetivamente, os provedores das soluções satelitais do FSS”, explicou.
Capdeville lembrou ainda que a esperada migração da TV satelital (TVRO) não tem tanto impacto nas grandes capitais, uma vez que é utilizada mais em regiões periféricas e interior – esse tipo de localidade não faz parte do ligamento inicial do 5G que será focado nos grandes centros urbanos. (Colaborou Bruno do Amaral, do Teletime)