TIM

Camille Faria CFO e diretora de relações com investidores da TIM durante evento da operadora em São Paulo. Foto: Bruno do Amaral/Teletime

| Publicada originalmente no Teletime | A TIM está confiante na manutenção da estrutura de fluxo de caixa para este ano. O pagamento das obrigações do 5G e de principal parcela pela Oi Móvel já estavam conforme o planejamento da operadora ao longo de 2021, e, por outro lado, a receita e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) cresceram no primeiro trimestre de 2022 e mantém desempenho estável nos últimos trimestres. Assim, a companhia anunciou nesta quarta-feira, 4, que vai aumentar o pagamento de dividendos para R$ 2 bilhões, praticamente o dobro do que a empresa vem praticando nos últimos quatro anos.

De acordo com a CFO e diretora de relação com investidores da empresa, Camille Faria, a expectativa é que na banda larga móvel não há previsão de custos adicionais, nem desinvestimento de mais torres (além das já anunciadas) ou ativos que façam com que os custos aumentem em relação ao EBTIDA e a margem diminua. “Pelo contrário. Ao trazer a Oi Móvel, tem R$ 600 milhões (em sinergias) e [custos] com torres 18 meses abaixo do EBITDA, um pouco mais de R$ 900 milhões ao ano”, declarou a executiva no evento TIM Day, para investidores e imprensa, em São Paulo.

A ideia é conseguir reduzir significativamente os custos com a quantidade de sites desativados. Mas a previsão de aumento de contratos de aluguéis de infraestrutura da operação de celular não deve impactar tanto. “A gente não espera que na móvel haja redução de margem pós-leasing”, afirma.

Na TIM Live, na qual a empresa está adotando a política de “leveza de ativos” (asset light approach), Faria diz que os custos do aluguel de infraestrutura da rede neutra da I-Systems (controlada pela IHS, mas na qual a TIM detém ainda 49% do capital social é a cliente âncora) já são abaixo do nível do EBITDA, pelo menos no atual tamanho do segmento. “Se o negócio de banda larga tiver participação na receita maior, claramente terá uma tendência de diluição de EBITDA. O fluxo de caixa é muito mais alto, porém com o EBITDA menos o Capex muito menor, sobretudo quando pensa que está mais estável por ser asset light”, declara. Assim, a tendência é haver um reequilíbrio nessas contas.

Fluxo de caixa operacional

Perguntada se o pagamento da parcela de R$ 6,3 bilhões pela Oi Móvel em abril (e mais R$ 6oo milhões até o final do ano) iria afetar o fluxo de caixa operacional, que já foi negativo neste trimestre, a executiva disse que esse e os próximos pagamentos do 5G já eram esperados, e que por isso a empresa já vinha se preparando. “O que temos em 2022 são alguns eventos pontuais. O pagamento da Oi e as contribuições para os fundos da EAF [Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz] e EACE [Entidade Administradora da Conectividade de Escolas – com recursos do 26 GHz] somam quase R$ 10 bilhões em pagamentos. Já estávamos preparados, pois em 2021 tínhamos posição de caixa de R$ 9 bilhões alto”, explicou Camille Faria.

No fim das contas, a TIM espera nova geração de caixa positiva, inclusive pela possibilidade de retirar Capex na infraestrutura e transformar em Opex com a I-Systems. Vale lembrar que, além da Condecine e CRFP já pagos, a TIM ainda terá pela frente o pagamento de taxas de fiscalização (TFF), que seguem suspensas e totalizam R$ 1,6 bilhão.

 

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