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A TIM e a FS se aliaram para a abertura de uma nova empresa dedicada a soluções de segurança digital para o consumidor final, a EXA. O negócio ainda depende de aprovação do Cade, mas está desenhado para que a TIM tenha uma participação acionária máxima de 35%, dependendo do cumprimento de certas metas de receita. Além disso, a EXA nasce aberta para receber outros sócios nas mesmas condições da TIM e a preferência será por outras operadoras, o que marca uma inovação significativa no mercado brasileiro. Independentemente de atrair ou não outras teles, o objetivo é abrir o capital da EXA dentro de cinco anos.

“Este é o terceiro acordo dentro da estratégia de plataforma de clientes adotada pela TIM (os outros dois foram com C6 Bank e Kroton). Porém, é um acordo mais complexo que os anteriores, porque está mais dentro de telecom”, comenta Renato Ciuchini, vice-presidente de estratégia e transformação da TIM, em entrevista para Mobile Time.

Não é a primeira vez que a TIM lidera uma iniciativa de negócios com o propósito de unir as operadoras móveis brasileiras. Entre 2020 e 2021, a empresa trouxe a ideia de construção de uma carteira digital para pré-pagos com a participação das quatro grandes teles, mas as conversas não evoluíram. Ciuchini revela que a tentativa frustrada serviu de aprendizado para a construção do novo projeto, este com foco em segurança digital e tendo a FS como aliada.

“Construímos o arcabouço para que desta vez funcione no caso de segurança digital. Fizemos todas as provisões contratuais para que outros sócios entrem. Os sócios fundadores terão sua participação acionária diluída na mesma proporção. E os novos sócios entrarão com as mesmas condições da TIM. Não é porque eu fechei primeiro que vou ter condições melhores, senão seria uma barreira. Eu quero que os outros entrem. Queremos que o negócio seja o maior possível. Preferimos ter uma participação menor, mas em um negócio mais relevante”, argumenta Ciuchini. E acrescenta: “Aprendemos que esse negócio precisa ter escala. E, para tanto, precisamos trazer outros sócios. Quanto mais gente, melhor. E o pensamento mais inovador é que a menor sobreposição entre canais é exatamente entre as teles. Se eu fizer um acordo com um varejista, por exemplo, cerca de um terço da base dele é da TIM. Mas, no caso de um acordo com as outras teles praticamente não há sobreposição de bases de clientes, pois são complementares”.

A estratégia de plataforma de clientes consiste em usar a força de comunicação e vendas das operadoras junto às suas bases de usuários para promover os serviços do parceiro, e receber em troca uma participação acionária, de acordo com os resultados obtidos. A preferência por receber em equity é explicada quando se compara o valor médio de um assinante de telecom com aquele de uma empresa de tecnologia, como a EXA. Há uma diferença significativa a favor das empresas de tecnologia. O mesmo acontece na comparação com fintechs e foi o que motivou o acordo da TIM com o C6 Bank dois anos atrás. Quando se divide o valor de mercado de uma operadora pela sua base de assinantes, chega-se a um valor médio de R$ 600 por cliente, enquanto em uma fintech está na casa de R$ 4 mil. Ou seja, ao levar seu assinante para uma fintech ou para uma empresa de segurança digital, a operadora está gerando valor.

Primeiro produto

O primeiro produto da EXA será um aplicativo de proteção de dados que terá embutido um seguro contra Pix feito sob coação. O serviço foi batizado como Proteção Pix e terá versões para Android e iOS. O app fará um diagnóstico da segurança do device e terá a funcionalidade de apagar seus dados remotamente e bloquear o aparelho em caso de roubo. Mas sua principal inovação é vir com um seguro Pix que vale para contas em qualquer banco ou instituição de pagamento. O serviço vai custar R$ 6,90 por mês e garantirá cobertura de até R$ 2,5 mil em caso de Pix feito sob coação. A seguradora parceira nesse produto é a Too Seguros, do BTG.

“É um produto de seguro embarcado em um produto de tecnologia. Trata-se de uma grande inovação também na indústria de seguros, que sempre foi muito regulamentada, mas na qual houve importantes mudanças de dois anos para cá”, avalia Carlos Landim, CEO da FS, também em entrevista para Mobile Time. Ele lembra que os casos de transferências por Pix feitas sob coação vêm crescendo muito no Brasil.  “Criamos um produto que endereça essa dor”, resume.

O lançamento do Proteção Pix acontecerá até julho e inicialmente o serviço será disponibilizado somente para assinantes da TIM, com cobrança direto na conta ou descontando de créditos pré-pagos, via carrier billing. Mas depois serão incluídas outras formas de pagamento e o Proteção Pix será aberto para clientes de outras teles. Cabe lembrar que assinantes da TIM sempre terão alguma vantagem, enquanto a TIM for a única operadora sócia da EXA.

Verisoft

Landim ressaltou que nada muda em relação à Verisoft, que tem como acionista principal o mesmo fundo de investimento que controla a FS. “A Verisoft é outra empresa, com uma equipe própria. A Verisoft continua independente e segue a sua vida”, esclarece.

MobiXD

O diretor de produtos da FS, Alan Morais, fará uma apresentação sobre as oportunidades para as teles em segurança digital no MobiXD, no próximo dia 10 de maio, no WTC, em São Paulo. O painel de abertura do mesmo evento contará com a participação de Ciuchini e de representantes de Algar, Claro e TIM para debaterem a estratégia das operadoras em novas frentes de negócios.

 

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