A TIM tem o plano de escalar sua presença no mercado de Internet das Coisas (IoT) para o segmento corporativo entre 2021 e 2027, saltando de R$ 6 bilhões para R$ 25 bilhões. O pulo deverá ser impulsionado pelo aumento de verticais que vão se servir da IoT e as oportunidades que vão surgir com o avanço do 5G. Durante o evento TIM Brasil Day 2022 nesta quarta-feira, 4, a companhia, que avançou no agronegócio nos últimos anos, agora quer seguir para outros quatro setores:
– Logística com monitoramento e planejamento para otimizar e utilizar frotas;
– Mineração com perfuração automatizada ou remota para melhorar a segurança e a eficiência nas minas;
– Serviço público com leitura de medidores, automação da distribuição e trabalhadores de campo;
– Saúde com atendimento remoto para reduzir os custos de tratamento.
Para esses segmentos, o diretor de soluções corporativas da TIM, Paulo Humberto Gouvêa, explicou que o modelo de negócios será adaptado às necessidades de cada setor. Dando como exemplo o agro, o executivo explicou que o formato foi adequado com setup fee, taxa de serviços e mais receita de serviços em longo prazo: “Isso fez com que a nossa receita em IoT triplicasse em 2021 ante 2020”, explicou.
Por sua vez, Alberto Griselli, CEO da operadora, explicou que a companhia está no momento de captar clientes nessas verticais e vão desenvolver soluções: “São verticais grandes e com um massivo volume de dinheiro. Estamos escalando o nosso posicionamento por meio de parcerias relevantes, testando a atratividade e explorando o ecossistema. Somos líderes no agro, queremos consolidar logística e mineração. Hoje estamos fazendo pilotos em serviços públicos e saúde”, completou.
Entre os testes em curso, a empresa citou: teste de 5G SA com a Enel em São Paulo; apoio ao projeto Luz para Todos da Energisa na Amazônia; oferta de tecnologia para plantas das mineradoras Alcoa, Anglo American e Lundin; e conectividade 4G em 100 mil carros da Stellantis em parceria com a Getrak, além de conectar a planta de Goiás com 5G SA e edge computing.
Destacando a parceria com o grupo automotivo, Leonardo Capdeville, CTIO da TIM, revelou que após ter um primeiro gosto com o 5G em sua planta, a automobilística quer expandir o uso da tecnologia: “Eles olharam, gostaram do 5G e agora querem fazer para todo o parque fabril, que, ao lado da fábrica da Stellantis, estão todos os parceiros da fabricante que produzem por ali. Ou seja, eles já começam a imaginar uma cadeia de supply chain, do início ao fim. Da manufatura até que o carro fique pronto, saindo conectado de fábrica”, disse.
“A Stellantis poderia fazer o serviço de conectividade sozinha. Mas quem tem experiência no setor de LTE privado e pode operar uma rede de telecomunicações? A operadora. Quando olhamos o ecossistema de produção de veículos, existem as pequenas e médias empresas que apoiam as grandes. Aquilo que a grande faz sozinha (em tecnologia e conectividade), a pequena e média dependem de uma empresa que faça essa operação e integração de toda tecnologia”, disse Gouvêa.. “Embora a grande consiga fazer sozinho, apenas 5% são grandes empresas no Brasil. E aí que entra toda implantação de computação de borda, 60 datacenters para levar esse core para ponta e fazer LTE privado, mas em um modelo que permite para cada pequena empresa ter o mesmo benefício da grande”, completou
Agro como base
Gouvêa. revelou ainda que o trabalho feito no agronegócio será base para o desenvolvimento da operadora nas novas verticais. Lembrou que no agro, a TIM não passou a ser uma empresa que oferece conectividade, mas uma empresa do setor de agricultura que entrava no campo ao lado de parceiros líderes via ConectarAgro, uma associação que começou com oito parceiros e hoje está com 32. Da mesma forma, a TIM quer entrar em logística, mineração, serviços públicos e saúde.
Atualmente, a operadora tem 7 milhões de hectares com cobertura LTE no campo, 13 milhões de hectares com cobertura NB-IoT, 25 mil km de rodovias cobertas e mais de 900 mil pessoas cobertas nessas áreas de produção rural.