Uma pesquisa da Ericsson com 6,5 mil early adopters de 13 grandes cidades do mundo revelou que a maioria deles (72%) acreditam que, em 2030, a inteligência artificial de empresas e assistentes pessoais será superior à IA pública (Societal AI), feita por governos para deixar a tecnologia mais focada no cidadão, ou seja, sem impulsos comerciais.

Com este cenário, mais da metade (54%) dos participantes da pesquisa prevê que uma competição entre IAs (incluindo privadas e públicas) para alcançar recursos econômicos será realidade e que esta disputa pode causar impacto negativo em suas vidas.

O estudo da Ericsson feito com usuários de realidade virtual, aumentada e IA generativa foi apresentado nesta terça-feira, 4, e tenta entender como o consumidor enxerga a próxima década com a inteligência artificial em 15 setores que estarão incorporados em suas vidas.

Outros achados da pesquisa mostram que sete em dez pessoas acreditam que a IA aprendendo ou sendo observada por outra IA pode criar um caos. O mesmo percentual (70%) acredita que o uso da IA em tudo pode causar ruptura social.

Além disso, seis em dez pessoas acreditam que não terão controle sobre a IA, assim como a maioria (80%) crê que usará a IA para tomar decisões cabais, como compra de casa ou investimentos.

Tendências

Analisando mais de 120 produtos que podem aparecer com IA na próxima década, o estudo da fornecedora encontrou outras tendências, como:

  • Sete em dez pessoas acreditam que assistentes/mordomos digitais serão parte do pacote de conectividade até 2030;
  • 75% preveem que a IA pode funcionar como um bloqueador de publicidade e o mesmo percentual acredita que as grandes corporações vão usar os assistentes digitais para influenciar a jornada de compra dos consumidores;
  • Seis em dez pessoas acreditam que a IA generativa será usada em cirurgia plástica para um novo padrão de beleza;
  • 69% acreditam que o cenário da moda e da beleza no futuro será influenciado por IA, mas 63% acreditam que muitas marcas podem sofrer reveses e serem canceladas por seu uso indiscriminado, o que pode causar a criação de selo em produtos e serviços com a descrição ‘100% feito por humanos’;
  • 79% estimam que poderão criar histórias interativas, como filmes de ficção científicas e 68% esperam ter a possibilidade de colocar amigos nessas obras;
  • Metade acredita que será comum simular o casamento com gêmeos digitais de seus parceiros para saber se continuam ou se separam;
  • 78% preveem que uma babá virtual é uma boa ideia, mas 74% acreditam que o uso de IA pode causar erosão aos valores humanos;
  • 67% acreditam que o conhecimento e o uso IA serão necessários para conseguir uma boa posição de emprego na próxima década e 84% veem assistentes digitais como algo comum no ambiente de trabalho para aumentar o desempenho e a eficiência;
  • 75% dos participantes acreditam que novas regulações governamentais de IA permitirão ao cidadão não participar (opt-out) do cenário intrusivo que pode surgir;
  • Além disso, 70% acreditam que as regulações darão mais poder de controle sobre os dados aos usuários.

Vale dizer que dos 6,5 mil participantes da pesquisa, 37% se declaram esperançosos com a IA na década de 2030 e 27% receosos. E mais da metade do total (58%) preveem que os inovadores serão aqueles que vão ousar em não ouvir os conselhos prontos das inteligências artificiais em suas diversas formas.

Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time