O celular está substituindo os boletos de táxi no Brasil. Essa foi a ideia por trás de um serviço de pagamento pelo celular para corridas de táxi corporativas criada pela brasileira Wappa alguns anos atrás e que agora atingiu uma escala significativa: a projeção para este ano é registrar 2 milhões de corridas, que somarão R$ 90 milhões em transações. "Estamos crescendo 50% ao ano", afirma o diretor executivo e fundador da Wappa, Armindo Mota Júnior.

A solução foi adotada por mais de 300 empresas, a maioria de grande e médio porte, que castraram 260 mil funcionários para a sua utilização. Entre os clientes estão Citibank, Itaú, Odebrecht, Oi e Vale do Rio Doce. A vantagem para as empresas é conseguir mais transparência e controle sobre os gastos dos empregados com táxis, além de reduzir o risco de fraudes. Todo o gasto fica registrado no sistema, com informações sobre horário, origem e destino da corrida, nome do funcionário etc. É possível estabelecer limites mensais por áreas da empresa ou por empregado e gerar relatórios detalhados. Em média, a redução imediata é de 40% nos gastos com táxi. "Houve o caso de uma empresa que diminuiu em 80% as despesas com táxi por causa do descontrole que o modelo com boletos propicia", relata Mota Júnior.

A Wappa conta hoje com 28 mil táxis cadastrados, todos ligados a operadoras de rádio-táxi espalhadas por todas as capitais do Brasil e em algumas cidades do interior. Os funcionários são cadastrados no sistema por suas empresas e recebem uma senha para o uso do serviço. Ao fim de uma corrida, em vez de pagar com dinheiro, cartão de crédito ou boleto de papel, o passageiro usa o celular para acessar o sistema do Wappa. Isso pode ser feito de diversas formas. A mais comum, representando metade das transações, é através de aplicativos móveis, disponíveis para Android, iOS, Blackberry e Windows Phone. No app, informam-se a cooperativa e o número do táxi, assim como a senha do usuário. O taxista recebe a confirmação de pagamento no seu celular. Quem não tiver um smartphone, pode usar um celular comum, através de SMS ou ligação para um portal de voz do serviço. E se por acaso tiver esquecido o telefone, há a opção de pagar pelo app do smartphone do motorista.

A Wappa intermedia os pagamentos. Ela gera uma fatura mensal para cada cliente corporativo com os gastos de seus funcionários e repassa o pagamento para as cooperativas de rádio-táxi. A Wappa cobra do cliente corporativo uma taxa de administração sobre o valor total. E cobra também um percentual das cooperativas, como se fosse uma bandeira de cartão de crédito.

Novidade e concorrência

A Wappa promete atualizar em breve seu app móvel, incluindo uma ferramenta de chamada de táxi direto pelo aplicativo. Para Mota Júnior, será apenas uma comodidade a mais para seus usuários.

Alguns apps de chamada de táxi, como o paulista Taxijá, começaram a atuar também junto ao mercado corporativo, para substituir os boletos. O executivo da Wappa diz não temer a concorrência: "O mercado é bem grande. A chegada de novos players ajuda a acelerá-lo. O que nos dá tranquilidade é a dianteira que temos. Não é uma venda simples de ser feita. O mundo corporativo é completamente diferente daquele do consumidor final. É preciso dar suporte,  gerir a informação etc".

 

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