A 99 mudou o seu modelo de negócios. A partir desta segunda-feira, 4, os taxistas passam a pagar R$ 2 por corrida recebida, independentemente do meio de pagamento escolhido pelo passageiro (dinheiro, cartão, PayPal ou voucher corporativo). Em contrapartida, a empresa não cobrará mais a taxa de 12,99% sobre o valor das corridas com pagamento in-app. Em vez disso, será descontada apenas a taxa referente ao gateway de pagamento para essas transações, que é de 5%. O novo modelo vale para os táxis comuns no Brasil inteiro, mas não para os especiais do 99Top.

A cobrança dos R$ 2 será feita descontando automaticamente dos créditos que cada taxista tiver nas corridas pagas com cartão dentro do app. Seu extrato pode ser acompanhado pelo app e seu saldo pode ser movimentado usando o cartão 99. Outra novidade é que a empresa não cobrará mais a mensalidade de R$ 10 pelo uso do cartão 99.

"Essas mudanças tornam nosso negócio mais sustentável e fortalecem o sistema do táxi como um todo", avalia o diretor de relações institucionais da 99, Pedro Somma. Ele destaca que até então mais da metade das corridas geradas pelo app eram para pagamento fora do aplicativo, o que significa que a empresa não era remunerada por elas. "Agora passamos a ser remunerados em todas as corridas que geramos para o taxista. É mais justo e todo mundo ganha", justifica o executivo.

Histórico

Originalmente, os primeiros apps de táxi que surgiram no Brasil cobravam R$ 2 por corrida. Era o caso do grego Taxibeat e do brasileiro Easy Taxi. A 99 entrou no mercado sem cobrar por corrida, o que atraiu muitos taxistas para a sua base e acabou obrigando o Easy Taxi a parar de cobrar também. O Taxibeat, que tinha desenvolvimento centralizado na Grécia, seu país natal, não conseguiu criar novas fontes de receita e acabou optando por fechar as portas no Brasil.

Somma ressalta, contudo, que não foi apenas a estratégia comercial de não cobrar por corrida que levou a 99 à liderança do mercado. A empresa trouxe também uma série de inovações em seu produto, como a própria cobrança in-app, até então inédita, e a escolha automática do táxi mais próximo do passageiro.

Vale destacar que o segmento de táxi tem sofrido nos últimos meses com a forte concorrência do Uber, especialmente na modalidade Uber X, cujas corridas costumam ser mais baratas. A crise econômica levou muitos brasileiros a experimentarem o trabalho como motoristas de Uber, nem que fosse nas horas vagas, como um complemento de renda. Ao mesmo tempo, a demanda por serviços de transporte mais baratos aumentou, por causa também da crise. O Easy Taxi, na tentativa de contornar o problema, sugeriu para a sua base de motoristas a oferta promocional de 30% de desconto sobre o valor das corridas, mas bancado pelos taxistas, não pela empresa.

O crescimento do Uber foi notado na última pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Comércio Móvel no Brasil. Entre setembro de 2015 e março de 2016, o market share do Uber como app preferido de transporte individual de passageiros no Brasil subiu de 9,9% para 21%. Nesse intervalo, a 99 cresceu também, passando de 30% para 45%, enquanto o Easy Taxi caiu de 25% para 17%.

 

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