| Originalmente publicada no Teletime | O governo brasileiro ainda não definiu um posicionamento em relação à Huawei, mas o vice-presidente Hamilton Mourão já disse não temer a pressão dos Estados Unidos. Mourão afirmou nesta segunda-feira, 3, em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros em São Paulo, que não iria temer “consequências” caso o País permita a participação da fornecedora chinesa na implantação do 5G.
Por conta dessa declaração, uma campanha contra a Huawei em redes sociais como o Twitter foi levantada. O assunto era comentado por mais de 17,5 mil tweets no final da tarde desta terça-feira, 4. Vale ressaltar que muitas das manifestações utilizavam a hashtag de maneira irônica.
A declaração de Mourão foi uma resposta a uma pergunta se haveria possibilidade de o Brasil sofrer retaliações por parte dos EUA, que já ameaçaram que haveria “consequências” para o País caso a fornecedora chinesa permanecesse nas redes de telecomunicações. “A hegemonia norte-americana é ameaçada em alguns aspectos pela potência em ascensão da China. Isso se traduz nessa discussão em torno do 5G, que sabemos que a empresa Huawei dispõe de capacidade acima de algumas concorrentes”, declarou ele, conforme vídeo com um trecho da coletiva postado pelo site da emissora Jovem Pan.
O vice-presidente lembrou ainda que “mais de um terço” das redes 4G atuais no Brasil já utilizam equipamentos da Huawei. Sendo assim, diz que o banimento da fornecedora prejudicaria as operadoras, que precisariam substituir esse hardware.
Mourão declarou que a guerra comercial e tecnológica dos EUA com a China existe, mas ressaltou que o Brasil manteria os laços com os norte-americanos – inclusive ressaltando que isso independe do vencedor da futura eleição presidencial dos EUA.
Para depois
Oficialmente, o governo ainda não confirma nem desmente uma possível limitação da atuação da Huawei no 5G. Enquanto o próprio presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, indicam que a decisão teria fator ideológico pesando, por outro lado o Ministério das Comunicações já mencionou que o País deixaria essa conversa para 2021.