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Luiz Felipe Marques, presidente da Orelo

Recém-chegada ao mercado brasileiro de streaming de áudio, a plataforma Orelo (Android, iOS) tem em sua proposta trabalhar de forma dedicada ao podcast. Com 40 podcasts exclusivos e totalmente mobile, a startup baseia-se em um modelo de negócios que busca financiar apropriadamente os criadores de conteúdo com repasse de parte das assinaturas e por cada execução, o que deve totalizar R$ 10 milhões nos primeiros meses de operação.

“Temos duas formas de receita: assinatura mensal de R$ 6,90 e gratuito com anúncio. O podcaster ganha por streaming – cada play feito –, e nós fazemos o repasse de parte (R$ 2, aproximadamente 30%) da mensalidade para o canal favorito do usuário”, explica Luiz Felipe Marques, presidente da Orelo. “Esse modelo traz uma garantia melhor de que a receita vai entrar. Assim, os criadores de podcasts conseguem se dedicar um pouco mais ao produto”, comenta.

Em seu portfólio inicial, a Orelo traz canais de áudio de Bravo!, Bazar, Marina Person, Chico Felitti, Alê Santos, Thomas Traumann, Xico Sá, Laura Carvalho, Renê Silva, Carter Batista e Pathy dos Reis, entre outros. Para as próximas semanas, a expectativa é atingir 50 canais com conteúdo exclusivos dentro do app.

Além dos podcasts exclusivos, a plataforma agrega mais de 700 mil conteúdos de áudio puxados da web. Esse não são exclusivos e estão em outros players, como os principais canais de podcast: Nerdcast, Não Ouvo, Foro de Teresina, Um Milkshake Chamado Wanda, entre outros.

Perfil

“Nós queremos trazer os podcasters com mais estrutura e recursos – alguns deles têm equipe dedicada, como técnico de som e ID sonora. Mas tem a pessoa que faz (o podcast) ‘na raça’. Eu quero os dois tipos”, afirma.

Pelo lado do consumidor, o executivo lembrou que o Brasil é o segundo maior consumidor de podcasts do mundo, com 2 milhões de usuários diários. No entanto, acredita que há espaço para conquistar mais terreno: “Mas de 30% a 40% da população online brasileira nunca ouviu um podcast. Ou o conteúdo não agrada o usuário, ou ainda não conhece. Pode ser jornalismo, novelinha, vida real. Queremos trazer uma oferta de conteúdo forte. Temos uma curadoria legal. O próprio app é pensado em uma experiência de podcast”.

Pandemia

Com a crise do novo coronavírus, a startup precisou refazer suas parcerias com estúdios e adotar um modelo de estruturas remotas. Ou seja, o criador de conteúdo desenvolve o episódio de podcast de sua casa com equipamentos que podem ser desde interface de áudio até um smartphone com o seu sistema de som mais robusto. Por sua vez, os estúdios, que antes entravam com a estrutura física, agora repassam os conhecimentos para os podcasters.

“Nós conseguimos fazer um produto de qualidade de forma remota, para que sejam gravados online e funcionem de forma online. Isso não impede a nossa vontade de trabalhar com estúdios físicos (após o fim da pandemia)”, diz Marques. “Temos cinco a seis estúdios parceiros passando o know-how para os podcasters”.

Estrutura

Além do presidente, que atuou recentemente na Yellow, a Orelo tem como líder do conteúdo editorial Marina Santa Helena, ex-VJ da MTV. E um dos seus principais investidores do app é Ariel Lambrecht, um dos fundadores da 99. Marques explica que o aplicativo foi criado dedicado ao podcast. Para isso, as equipes de desenvolvimento técnico e de produto trabalham juntas.

Para o futuro, o Orelo será integrado aos smart speakers de Amazon e Google.

 

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