A chefe de política de conectividade e acesso no Facebook, Ana Luiza Valadares, defendeu nesta quarta-feira, 3, que as empresas de telecomunicações precisam de mais liberdade para inovar. Em sua participação no seminário sobre o ecossistema digital e sustentabilidade dos modelos de negócio promovido pela Anatel, a executiva ressaltou que o Facebook acredita que a desregulamentação dos serviços de telecomunicações promoveria o crescimento do setor.

A executiva ressaltou que “as OTTs se desenvolveram porque têm menos regras a cumprir. É preciso evitar que o excesso de regulação engesse a atividade da prestadora. As soluções acontecem rapidamente, exigem redesenho da estratégia regulatória”, afirmou.

Parceria

Valadares também comentou que a empresa tem uma visão de sinergia com as operadoras de telecomunicações. “O tráfego de dados das prestadoras aumenta em função da oferta dos serviços das OTTs. É preciso superar as adversidades comerciais e trabalhar em parcerias. A extensão da tecnologia 4G para regiões onde hoje não há infraestrutura, por exemplo, vai requerer um modelo sinérgico com compartilhamento de infraestrutura. As OTTs podem auxiliar nisso”, avaliou. A executiva ressaltou que a parceria pode ocorrer especialmente em regiões rurais, porém reiterou que é preciso uma menor intervenção regulatória.

A diretora de vendas regionais e desenvolvimento de negócios da empresa de solução de dados patrocinados Datami, Mariana Oliveira, entende que há uma grande demanda por volume de dados por parte do usuário das operadoras. Em função disso, a navegação patrocinada tem se tornado estratégica para as prestadoras de telecom. “No mercado de dados, cerca de 78% de usuários ou são da modalidade pré-paga, ou controle. Os pacotes para esse público não são suficientes para navegar o tempo inteiro. Tanto que 43% dos brasileiros ficam sem dados no final do mês”, afirmou.

Em função disso, a executiva revela que a alternativa é oferecer dados patrocinados, especialmente quando o usuário acessar aplicativos. “Em alguns segmentos, como bancos e empresas de cosméticos, o usuário usa o aplicativo, mas não consome a Internet do seu pacote.”

Esse modelo, na visão da executiva, é vantajoso para os dois lados. No caso das operadoras, gera receita. Para as empresas, amplia o engajamento. “O banco quer tirar usuário da agência e levá-lo para canais mais eficientes. Para uma empresa, o cliente pode fazer pedido, fazer sinistro e pagar um boleto, sem consumir Internet”, reitera Oliveira.

 

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