O campeonato de automobilismo com carros autônomos, o Roborace Season Alpha, terá sua estreia em maio de 2019. A novidade foi apresentada pelo piloto brasileiro da Fórmula E, Lucas Di Grassi, criador da nova categoria por meio de sua startup de direção autônoma, a Roborace.
“Tenho esta ambição que é trazer veículos autônomos para o automobilismo. Estamos criando o primeiro esporte do mundo que terá a interação do humano com a inteligência artificial”, disse o piloto. “Será uma combinação de homem e máquina. A ideia é ser mais uma competição de tecnologia do que de Motorsport. Queremos trazer o público que gosta de tecnologia”.
Na categoria que começou em 2015, os pilotos vão dirigir os carros Devbots, um veículo com direção autônoma, chassi padrão e dois motores elétricos. As equipes serão compostas por empresas de tecnologia, automobilísticas e universidades.
Os carros serão iguais e correrão em condições iguais: o único trabalho a ser feito será no algoritmo. Os pilotos, por sua vez, terão o auxílio da direção autônoma para melhorar os tempos nas pistas. Por exemplo, o sistema pode mostrar um melhor traçado para o piloto dirigir mais rápido, ou o contrário, por meio da inteligência artificial.
Entre os desafios imaginados para os pilotos da Roborace, estão direções com obstáculos virtuais, que poderão ser vistos por realidade aumentada pelos espectadores. Os locais e as etapas da categoria serão revelados em breve.
Desenvolvimento
Com 60 pessoas em sua equipe, a Roborace já produziu seis carros por meio de suas sedes em Oxford, Londres, e Los Angeles, EUA. Atualmente, seis modelos do DevBot já foram criados. Além dele, a companhia desenvolveu outro automóvel, o Robocar, 100% autônomo, que sequer tem espaço para piloto, e é capaz de chegar a 320 km/h.
Os dois carros já foram testados em pistas de corrida na Inglaterra. “O carro autônomo está 12% mais lento que o humano, mas estamos chegando lá. No começo do ano era 20% mais lento”, explicou o piloto, que divide sua atividade na Roborace com o cockpit de seu Audi na Fórmula E.
Das pistas às ruas
Di Grassi explicou que a ideia da categoria é ajudar a acelerar a criação da tecnologia dos carros autônomo nas ruas. Assim como a Fórmula 1 colaborou para a indústria automobilística com o desenvolvimento de freios ABS, suspensão inteligente e telemetria.
“Queremos incentivar o processo de automação de veículos em pista. Se a gente conseguir, vamos acelerar a adoção dos carros autônomos e reduzir os acidentes”, afirmou o empreendedor ao lembrar que 93% dos acidentes de trânsito acontecem por erro humano.
Embora tenha criado a nova competição do zero, o empreendedor explicou para Mobile Time que a Roborace pretende ser apenas o provedor da tecnologia e o organizador do evento. Lembra ainda que o custo de uma equipe na categoria é 10 vezes menor que a F1 – apenas a Ferrari gasta US$ 570 milhões por ano, segundo a Forbes.
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