A Oi estuda lançar uma rede “pré-5G” em 1.800 MHz, aproveitando o espaço ocioso nessa faixa de espectro, originalmente dedicada à segunda geração de telefonia celular. Com equipamentos 5G, essa frequência poderia ser usada para a oferta de banda larga fixa sem fio, ou FWA, na sigla em inglês, com velocidades próximas àquelas de fibra óptica. O diretor de engenharia da Oi, André Ituassu, confirmou para Mobile Time que há estudos nesse sentido em andamento, mas não forneceu maiores detalhes.

Chama-se de “pré-5G” porque não se trata das frequências que estão sendo destinadas para a quinta geração de telefonia celular ao redor do mundo e que no Brasil ainda não foram leiloadas, como a de 3,5 GHz e as ondas milimétricas (acima de 20 GHz).

A Oi vem modernizando a sua rede, adotando uma arquitetura de “singleRAN”, em que um único equipamento trabalha com todas as frequências e padrões da indústria. Esses novos equipamentos estão presentes em 35 cidades (veja a lista nesta matéria) e servem, por ora, para a oferta do serviço de 4,5G com agregação de portadoras. Esses mesmos equipamentos estão prontos para operar em 5G se a operadora quiser.

Antes, contudo, é necessário liberar espaço na faixa de 1.800 MHz para o 5G. Isso vem sendo feito a passos largos pela Oi nos últimos cinco anos. Para se ter uma ideia, em agosto de 2014 a operadora tinha 31,2 milhões de acessos com a tecnologia GSM em sua rede. Agora, em agosto de 2019, são apenas 5,2 milhões. Ou seja, houve uma redução de 83% em cinco anos. Mesmo se somados os acessos de M2M padrão e M2M especial a queda é significativa no mesmo período: diminuição de 78%, passando de 32,2 milhões para 7,2 milhões de acessos. Se há menos linhas usando a frequência, há mais espectro sobrando para “refarming”, como é a chamada a sua reutilização para outras tecnologias como o 4,5G e o 5G.

Vale lembrar que a Oi tem feito uma série de demonstrações de 5G em caráter de teste em eventos pelo Brasil em parceria com seus fornecedores. Nos últimos meses, Mobile Time participou de dois deles, um em Búzios e outro na Game XP, no Rio de Janeiro.

 

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