12 queda

O Facebook fechou o dia com queda de 4,9% em suas ações nesta segunda-feira, 4. O valor do papel fechou em US$ 326 após dois baques que a empresa sofreu recentemente: a queda global dos seus apps e uma reportagem especial do programa da CBS 60 Minutes com denúncias feitas por uma ex-funcionária.

Entenda

Com relação à queda global, os aplicativos Facebook, Facebook Messenger, Instagram e WhatsApp mantiveram-se sem possibilidade de acesso aos usuários até o final da tarde desta segunda-feira. Em seu perfil no Twitter, a companhia informou: “Estamos cientes de que as pessoas estão tendo dificuldade para acessar nossos aplicativos e produtos. Estamos trabalhando para que tudo volte ao normal o quanto antes”.

No final da tarde, o CTO do Facebook, Mike Schroepfer, confirmou que o problema era uma falha de rede:

Vale lembrar, Schroepfer confirmou no final de setembro que está de saída da posição de CTO. Ele assumirá um cargo mais consultivo e de geração de novos talentos para a companhia. O novo CTO será Andrew Bosworth, atualmente head de devices na companhia de Mark Zuckerberg. A troca de bastão ocorrerá em meados de 2022.

Em relação à reportagem da CBS veiculada no último domingo, a ex-executiva do Facebook, Frances Haugen, foi à público e denunciou que o Facebook deixou as práticas de discurso de ódio e desinformação passarem em branco em prol do lucro da companhia, uma vez que esse tipo de conteúdo gera mais engajamento e mais publicidade na plataforma.

Haugen já havia denunciado essas práticas em sigilo para o Wall Street Journal na última semana, mas foi descreditada pelo head do Instagram, Adam Mosseri, no anúncio que a companhia cancelou os esforços para desenvolver o Instagram Kids.

Efeitos

A queda do Facebook também afetou a Nasdaq, que encerrou o pregão com um recuo de 2,14% nas vendas de papéis no segmento de tecnologia. Ou seja, os problemas do Facebook contribuíram para uma série de resultados ruins em ações de outras grandes empresas do setor, como:

  • Amazon registrou recuo de 2,85% e fechou o papel a US$ 3,1 mil;
  • Apple teve queda de 2,46% e ação negociada a US$ 139;
  • Alphabet, com recuo de 1,98% e ação negociada a US$ 2,6 mil;
  • Microsoft registrou queda de 2% e ação negociada a US$ 283.

De acordo com o histórico do Facebook na bolsa norte-americana, o resultado desta segunda-feira é o pior desde novembro do ano passado.

A Tesla livrou-se do dia ruim no setor com o anúncio que as expectativas das entregas de seus veículos elétricos foram acima do esperado. Como resultado, a companhia de Elon Musk fechou com alta de 0,81% e o valor do papel em US$ 781.

Periférico

Nota-se que o dia foi forte para negociação de commodities, ou seja, um segmento que não é tão afetado pelas dinâmicas do mercado de tecnologia e torna-se porto seguro para investidores em momentos como esse. Um exemplo foi a alta de 2,24% no petróleo (crude) com o valor do barril a US$ 77,5 e o ouro com aumento de 0,63% para US$ 1,7 mil (a onça).

Importante dizer que a queda da Bovespa no Brasil (-2,22%) nesta segunda-feira não tem relação com os problemas do Facebook. O recuo está ligado à dívida da chinesa Evergrande e aos problemas da crise energética que podem causar impactos na economia global.

 

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