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Código de identificação das peças pode ser visto por meio de luz ultravioleta. Créditos: divulgação

| Atualização dia 6 de outubro de 2022, às 17 horas, com mais informações sobre a leitura do código binário |

A indústria têxtil é o terceiro setor mais poluente do mundo. Não só isso: milhares de toneladas de roupas falsificadas são apreendidas por ano. Como uma forma de lidar com esses problemas, a startup R-Inove criou um app que permite rastrear a origem de peças de roupas, assim como sua originalidade.

Para que isso seja possível, um produto químico é aplicado no fio têxtil, que confere a ele um código binário único de identificação. Esse fio é posteriormente utilizado para produzir um tecido, que depois se torna uma peça de roupa. A aplicação do produto custa, em média, R$ 0,04 a cada quilo de tecido. Uma camiseta de malha, por exemplo, tem cerca de 250 gramas. Ou seja, a cada unidade, o produto seria encarecido em apenas um centavo.

O código binário só pode ser visto com luz ultravioleta. O usuário consegue fazer sua leitura a partir de um software específico no computador ou manualmente, contando os zeros e uns. Digitando o código no app, é possível saber uma série de informações sobre a peça, desde a safra do algodão com o qual foi feita, até onde o fio foi fiado, em que tecelagem foi feito o tecido ou a confecção em que a peça foi produzida. Tudo fica armazenado no app, que pode ser utilizado por consumidores e pela própria indústria. O usuário consegue rastrear o passo a passo de onde o produto passou, dando mais transparência à cadeia de produção têxtil.

“Hoje em dia, o consumidor está olhando mais para produtos sustentáveis. Você consegue ver se o processo de fabricação foi sustentável ou não. E também essa questão da originalidade é uma grande preocupação das marcas. Isso você vai conseguir eliminar, garantindo a originalidade. Acho que nessa parte vai ser um divisor de águas”, explica Rafael Rocha, da Coordenação de Relações com o Mercado do SENAI CETIQT, que apoiou a startup na criação do app.

O aplicativo, no entanto, ainda não foi liberado ao público. A R-Inove fez parceria com a confecção paraibana Natural Cotton Color para realizar testes com o sistema em algumas peças de roupa. A startup também está em negociação com outras companhias da indústria para usar a tecnologia. Por enquanto, a identificação binária só pode ser aplicada em fios de algodão. A partir dele, qualquer tipo de tecido e peça de roupa pode ser feita. No futuro, pretende-se aplicar o produto a outros fios, como o de poliéster, que é amplamente utilizado na produção de roupas.

“É uma solução de rastreabilidade e originalidade. Com esse leitor, você consegue ver se realmente é original ou não. A peça que está marcada é original, a que não está marcada, não”, conta. “Desde uma camisa polo até a calça jeans, esse fio pode ser marcado, porque o fio é o mesmo. O que muda é a estrutura do tecido, mas isso não impede o fio de ser lido. A codificação aparece em qualquer estrutura de tecido, consequentemente em qualquer peça que tenha algodão”, completa Rocha

 

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