Mesmo com a redução dos minutos de voz utilizados por clientes (MOU) e a perspectiva de que as receitas de dados ultrapassem as de voz já no ano que vem, o Chief Marketing Office da TIM, Rogério Takayanagi, ressalta que essa ainda é um componente muito importante do mix de faturamento da operadora. "Temos que garantir a maximização do uso da nossa infraestrutura e defender a receita de voz, que ainda é importante", disse o executivo durante a apresentação dos resultados financeiros do terceiro trimestre da companhia nesta quarta-feira, 4.

A reformulação de todo o portfólio de planos da operadora, incluindo pré, pós-pago e controle, iguala os preços para chamadas dentro da rede da própria TIM e para outras operadoras e o objetivo, segundo Takayanagi, é fazer com que o usuário eleja a operadora para ser seu único chip. "O foco agora passa do volume de clientes para o valor dessa base. Retornamos às origens para atender todas as necessidades dos clientes em um só chip".

A situação da economia brasileira tem feito com que muitos clientes passem a buscar economia nos gastos com telecomunicações e as novas ofertas da TIM vêm para atender a essa demanda. "Todos os clientes estão buscando economizar e, se você não tem um plano adequado, o downgrade vira um churn", defende Takayanagi.

"A ideia não é apenas a proteção da voz, mas de proteção contra um potencial churn, captura de base de outras operadoras e geração de valor com aumento da ARPU (receita média por usuário)", complementa o presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu. O executivo reforçou o que já havia sido  antecipado em análise neste noticiário – que é provável que as outras operadoras sigam o mesmo caminho e que a tendência é que chegue ao fim o "efeito clube" e a manutenção de mais de um chip por usuário. "Se as operadoras nos seguirem, veremos uma redução no número de chips ativos, deve haver mudança nos critérios de desconexão das operadoras, acabando com o que chamamos de efeito 'washing machine', e as teles devem reduzir o custo de aquisição de novos clientes para adquirir base e passar a focar na modelagem de ofertas de serviços, aumentando assim o ARPU médio do setor", analisa Abreu.

Política de aparelhos

Outra mudança interessante de ser destacada é a política de venda de aparelhos da TIM – que deixará de lado o varejo. Como disse Abreu, não é que a TIM não venderá mais aparelhos no varejo, mas o foco da operadora passará a ser "canais de valor". "No varejo não temos a garantia de que o aparelho usará o nosso chip e queremos direcionar o volume de smartphones para canais de valor, como lojas próprias e revendas autorizadas", diz.

 

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