Três das quatro maiores operadoras do País vão unir forças para otimizar a expansão da cobertura do serviço móvel com o RAN sharing, isto é, compartilhamento de espectro e infraestrutura de rádio. TIM e Oi, que já contavam com um acordo do tipo para compartilhar a faixa de 2,5 GHz, receberão a Telefônica/Vivo como novo parceiro. O acordo tripartite já foi foi submetido à Anatel e está para ser avaliado pelo Conselho Diretor nas próximas semanas, com parecer favorável da área técnica com pequenas ressalvas. O acordo vale para as obrigações de cobertura na faixa de 2,5GHz que vencem a partir do final deste ano e não se aplica às obrigações anteriores. A Claro não teria manifestado interesse em participar do novo acordo.

A proposta é um avanço em relação ao acordo de RAN Sharing que a Oi e a TIM já mantêm, pois prevê o compartilhamento completo de radiofrequência, o que significa que no futuro (a depender da oferta de equipamentos) será possível o uso de todo o espectro de 2,5 GHz disponível às três operadoras.

Assim como o rafarming do 1,8 GHz, o RAN sharing faz parte da estratégia agressiva da TIM para expandir a cobertura 4G para até 400 cidades até o final do ano. Na visão do diretor de rede fixa e transporte da TIM, Cícero Olivieri, esse "momento de criatividade" se mostrará como saída em cenário de crise. "Estamos trazendo a Vivo também para o acordo de RAN sharing, que você consegue fazer mais com menos dinheiro", declarou ele durante debate na Futurecom na semana passada, em São Paulo. A companhia prometeu aumentar o investimento em R$ 3 bilhões no triênio até 2017. A estratégia de expansão da rede 4G da TIM ficou ainda mais evidente esta semana com a divulgação de resultados, em que a empresa detalhou um planejamento agressivo nesse sentido. Vale ressaltar que a TIM não está, por enquanto, trabalhando com o compartilhamento da faixa de 1,8 GHz, conforme já havia informado na semana passada o diretor de tecnologia da TIM, Leonardo Capdeville, durante o anuncio do projeto de testes do LTE-Advanced pela operadora.

Em nota, a TIM confirmou indiretamente a estratégia de incluir a Vivo (além da Oi) no compartilhamento de espectro de 2,5 GHz: "Prospectar e avaliar oportunidades de mercado que promovam eficiência de recursos é importante e saudável para as operadoras do mercado de telecomunicação. Um acordo tripartite é, portanto, uma das alternativas tecnológicas que vêm sendo estudadas. Aguardamos a posição dos órgãos competentes para definirmos os próximos passos."

Segundo declarou o consultor de tecnologia da Oi, Alberto Boaventura, durante a Futurecom, além de reduzir investimentos para expansão de infraestrutura voltada especialmente para dados em um momento em que as receitas das operadoras estão cada vez mais em guerra com a queda nos serviços de voz e SMS, o compartilhamento de espectro trará melhora na experiência para os usuários. "A resposta está em soluções criativas, como a que foi feita no RAN sharing (com a TIM), experiência extremamente bem sucedida, e agora temos esse parceiro na nova empreitada", disse. Além dessa estratégia, Boaventura espera que uma nova resolução de uso de espectro que a Anatel deve publicar permita às teles o uso do recurso "de maneira mais racional".  Procurada, a Telefônica/Vivo não quis se pronunciar – o tema ainda é sensível porque os detalhes finais ainda estão sendo finalizados

 

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