A Vivo está avaliando novas formas de explorar o mercado de serviços financeiros a partir de 2020. Segundo o presidente da operadora, Christian Gebara, a empresa pode apresentar algo “mais concreto” na “arena das fintechs” a partir do ano que vem, após a realização de um projeto piloto em curso.
A declaração foi dada durante teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre da empresa realizada nesta segunda-feira, 4. Questionado por um analista sobre a ambição da Vivo no nicho de serviços financeiros após o Vivo Money (projeto para oferta de crédito pessoal da empresa ao lado do Banco Digio e da IBI Digital), Gebara afirmou que o tema não é exatamente uma prioridade, mas que está no pipeline de iniciativas previstas.
“Estamos fazendo um piloto agora e queremos algo mais concreto no ano que vem. Queremos alavancar o footprint que temos como companhia. Temos canais que alcançam muitos lugares onde outros canais não chegam e uma marca muito forte, que dá credibilidade ao consumidor que quer tomar dinheiro. E temos informações sobre clientes pré-pagos que não têm conta bancária, então, queremos aproveitar isso para sermos mais assertivos, oferecendo crédito para esses consumidores”, sinalizou o executivo.
“De novo, é um piloto. Também vemos outras oportunidades na arena das fintechs, mas não revelamos nada, é parte da nossa estratégia. Não só em serviços financeiros, mas também em serviços digitais”, prosseguiu Gebara – destacando a relevância destes no futuro do segmento móvel.
“[Queremos] fechar mais parcerias para levar algo diferente aos consumidores. Não vemos aumento de preços como estratégia chave para o futuro. Temos inflação bem menor que antes e estamos buscando outras formas de nos diferenciar, não só em cobertura, mas também trazendo algo a mais”, concluiu o presidente da Vivo. “No B2C há exemplos [de parcerias para serviços digitais] em entretenimento, games, vídeo, música e educação. Queremos ir além com essa estratégia”.
No terceiro trimestre, o aumento de preços em todas os segmentos móveis (pré, pós e controle) foi um dos responsáveis pela alta de 6,6% na receita líquida móvel, que impulsionou o faturamento da Vivo no período. Agora, a expectativa da empresa é que concorrentes ajam com a mesma “racionalidade” – ou seja, evitando a competição via ofertas baseadas em preço. “Eu espero que competidores sejam mais racionais”, sinalizou Gebara. “É importante destacar que hoje, às vezes, os preços podem ser comparáveis, mas alguns competidores oferecem chamadas off-net e acesso total à redes sociais, o que é um beneficio forte para pré-pago. Deveríamos ser mais racionais nesse ponto”.
RAN sharing
Como apontado por Teletime há uma semana, o acordo de RAN sharing da Vivo com a TIM teve seus prazos de negociação ampliados – segundo Gebara, por mais 60 dias.
“Temos trabalhado com a TIM nos últimos 60 dias e estamos positivos e otimistas com os resultados. Um acordo é para o 3G e o outro, de compartilhamento completo em cidades com menos de 30 mil habitantes. Avançamos muito bem no primeiro e estamos trabalhando no segundo, por isso, decidimos dar mais 60 dias para apresentar. Neste momento não podemos divulgar muito. Estamos progredindo bem, mas temos algum trabalho para fazer, especialmente no compartilhamento para cidades pequenas. Espero que na próxima call [referente aos resultados do quarto trimestre] sejamos capazes de divulgar mais”, afirmou o presidente da Vivo.