26 Queda

Ilustração: Cecilia Marins

[Matéria atualizada em 4/11/2022, às 16h05 para inserir informações sobre o Brasil] Depois de anunciar demissões em massa no Twitter na última quinta-feira, 3, a rede social foi processada por ex-funcionários que dizem que não foram devidamente comunicados, de acordo com as leis federais e da Califórnia, de que perderam seus empregos em meio a demissões em massa em andamento. Outro ponto que Elon Musk terá que lidar é na pausa de publicidade de grandes marcas na rede social. A Lei Federal de Notificação de Ajuste e Reciclagem do Trabalhador (WARN) exige que os empregadores forneçam aviso prévio, geralmente dentro de 60 dias, de demissões em massa ou fechamento de fábricas.

Segundo mensagem recebida pela rede NBC News, o Twitter disse que notificará os funcionários por e-mail sobre seus empregos.

“Reconhecemos que isso afetará vários indivíduos que fizeram contribuições valiosas ao Twitter, mas infelizmente essa ação é necessária para garantir o sucesso da empresa no futuro”, dizia a mensagem aos colaboradores da rede social.

Foi amplamente divulgado que Musk planejava reduzir a folha de pagamento de 7,5 mil pessoas da empresa depois que ele finalizou sua aquisição de US$ 44 bilhões no final da semana passada. Ele imediatamente demitiu o CEO Parag Agrawal, bem como o diretor financeiro e o chefe de políticas legais, públicas e confiança e segurança do Twitter ao assumir a empresa.

A ação coletiva foi movida no tribunal federal de São Francisco na quinta-feira, 3, por cinco funcionários.

As demissões

Os colaboradores do Twitter estimam que a empresa corte 50% de sua força de trabalho, ou cerca de 3,7 mil funcionários.

Profissionais que trabalhavam em engenharia, comunicação, curadoria de produtos e conteúdo estavam entre os afetados pelas demissões, de acordo com tuítes de colaboradores da empresa.

A equipe de “curadoria” do Twitter, responsável por “destacar e contextualizar os melhores eventos e histórias que se desenrolam no Twitter”, foi demitida, disseram funcionários na plataforma. O time de comunicação da empresa na Índia também foi demitida, de acordo com um executivo do Twitter na Ásia.

Uma equipe que se concentrou em pesquisar como o Twitter empregava algoritmos, uma questão que era uma prioridade para Musk, também foi eliminada, de acordo com um tweet do ex-gerente sênior do Twitter.

Executivos seniores, incluindo o vice-presidente de engenharia Arnaud Weber, também se despediram no Twitter na sexta-feira: “O Twitter ainda tem muito potencial a ser desbloqueado, mas estou orgulhoso do que conquistamos”, tuitou.

Funcionários do Twitter Blue, a assinatura premium que Musk está reforçando, também foram demitidos.

Publicidade

Em paralelo, Elon Musk precisa lidar também com a queda de receita em publicidade na rede social.

Em um tweet, Musk culpou “grupos ativistas que pressionam anunciantes”. Ele disse que o Twitter não mudou sua estratégia de moderação de conteúdo e acrescentou que a empresa fez “tudo o que pôde para apaziguar os ativistas”.

Musk não especificou quanto de receita a empresa perdeu com a retração ou como ele conseguiu atribuir essa perda à pressão de grupos ativistas.

Segundo reportagem da CNBC, a Volkswagen recomendou que suas marcas suspendam a publicidade paga no Twitter até novo aviso. Seus comentários ecoaram em outras empresas, incluindo General Motors e General Mills.

Em um tuíte na manhã de sexta-feira, Musk comenta: “Extremamente confuso! Eles estão (grupos de direito civil) tentando destruir a liberdade de expressão na América.”

No Brasil

No País, segundo matéria da Folha de S. Paulo, uma parcela dos 150 funcionários no Brasil perderam acesso ao sistema interno do Twitter. Segundo relatos ao jornal, o acesso à plataforma foi cortado para praticamente todos os setores do escritório no País, exceto ao time de vendas, onde não houve cortes.

Reunidos pela hashtag #OneTeam, os tuítes dos funcionários e ex-colaboradores da rede social já são em mais de 600. Entre eles, de alguns brasileiros:

Mobile Time procurou a assessoria do Twitter para confirmar quantas pessoas foram desligadas no Brasil, mas a assessoria não retornou a tempo. Aguardamos um posicionamento para atualizar esta reportagem.

 

 

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