As mudanças políticas na América Latina podem trazer novas oportunidades, na visão da associação global de operadoras móveis, GSMA. Durante abertura da conferência Mobile 360 Series – Latin America, que acontece nesta semana em Buenos Aires, o CMO da entidade, Michael O’Hara, destacou que a região passa por 14 eleições presidenciais. Com isso, espera haver mudanças na abordagem dos governos para o setor. “Isso dá uma oportunidade incrível para ajustar as coisas e nos prepararmos”, declarou. “Vai nos permitir ‘resetar’ as políticas de regulação, muitas das quais eram baseadas na época da voz”, pontuou. Ele entende também que será possível retirar o estigma de “serviço de luxo” das telecomunicações no aspecto tributário.

O’Hara afirma que a GSMA tem se encontrado com os candidatos latino-americanos, incluindo nas eleições do México, Colômbia e Brasil. “Já vemos frutos, e na Colômbia vimos avanços importantes”, destaca.

Especificamente no caso brasileiro, a indicação da equipe de transição do candidato eleito Jair Bolsonaro é de que o assunto não é mesmo uma prioridade. Apesar de haver entraves, não há complicações como em outras infraestruturas mais urgentes. “Telecomunicações não são um problema no Brasil, tanto que foi ficando por último nas definições – e, pelo que foi anunciado, vai ficar junto da pasta de Ciência e Tecnologia. Ou seja, fica como está”, destacou a este noticiário o diretor da GSMA para o Brasil, Amadeu Castro. “Isso posto, os comentários que temos ouvido da futura equipe é de que há interesse, sim, em ajudar o setor de telecom, principalmente no lançamento de infraestrutura, que é o mais importante”, destaca.

Castro confirma que há um interesse por parte da equipe de Bolsonaro em atacar as barreiras para a instalação de antenas, uma vez que o 5G exigirá uma densidade ainda maior. Para tanto, poderá promover a aprovação tácita da instalação de antenas, item que foi vetado pela então presidenta Dilma Rousseff na sanção da Lei Geral de Antenas. “A equipe de transição estaria considerando mexer na regulação para permitir a volta do silêncio positivo”, diz. “Há necessidade definitiva de estações radiobase, que podem estar não necessariamente só em torres, mas em postes e mobiliário urbano. Esses caminhos têm de ser clareados para dar segurança jurídica”, declara.

 

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