Após um ano difícil, com queda nas receitas e no lucro, a diretriz número um para a TIM é impulsionar o 4G para voltar a crescer, sobretudo com o pós-pago e com dados. Para tanto, a companhia planeja neste ano continuar sua expansão de cobertura para a quarta geração, sobretudo com o refarming da faixa de 1,8 GHz e com o compartilhamento de espectro (RAN Sharing), e planos de lançamento do LTE-Advanced, que oferece banda larga móvel com maior velocidade, até junho no Brasil.
O presidente da empresa, Rodrigo Abreu, disse estar de olho nos usuários high-end, com maior ARPU, para oferecer conexão com maior velocidade. "Começamos neste ano, no primeiro semestre, a ofertar a agregação de portadora", declarou ele, mencionando a combinação da capacidade nas frequências de 2,5 GHz e 1,8 GHz. A falta de disponibilidade de terminais compatíveis, ele lembra, será superada à medida que houver mais redes LTE-Advanced sendo lançadas em outros países durante o ano. "O carrier agregation será mais comum e terá em (dispositivos) médios, então planejamos usar isso."
A agregação de portadoras é possível por conta do refarming na faixa de 1,8 GHz, uma das chaves da TIM para sua estratégia em 4G. Com melhor cobertura indoor, essa banda, até então utilizada para o GSM, pode ser utilizada "praticamente em todo o País", tanto para complementar a faixa de 2,5 GHz quanto para atuar sozinha em cidades onde não há ainda a frequência mais alta. "Há ainda apenas alguns poucos sites para refarming, porque apenas trocamos as placas, não precisa mudar antenas ou rádios, é um processo muito efetivo em Capex", declara. "Vamos pegar uma capacidade substancial do 1,8 GHz e, em curto prazo, poderemos usar no total." Há ainda a futura disponibilidade da faixa de 700 MHz, que também permitirá maior cobertura.
Além dos ganhos óbvios com a rápida ativação de sites com o 4G em 1,8 GHz, a companhia afirma que a utilização desse espectro é uma vantagem competitiva, já que ele não está incluso no compartilhamento estabelecido com a Oi e a Vivo. "É importante ressaltar que o acordo é exclusivamente para 2,5 GHz, não estamos fazendo nenhum RAN Sharing em 1,8 GHz, e isso é importante porque todos os investimentos e resultados são exclusivos para a TIM", explica.
Mesmo sendo restrito, o RAN Sharing também é um passo importante para a operadora. O acordo com a Oi, avalia Abreu, continua bem sucedido, sem problemas operacionais. Agora com a inclusão da Vivo no acordo (movimento já aprovado pela Anatel e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade), a ideia será levar o compartilhamento para outras cidades menores. "Isso reduziu custos significativamente, em termos de gasto com energia e com a quantidade (de antenas)", revelou.
A TIM conta hoje com 15 mil sites, sendo 7,7 mil com a tecnologia 4G. A operadora afirma que 65% das antenas são conectadas com fibra. O backbone transporta mais de 70% dos dados, e o backhaul já conta com mais de 70 mil km de fibra, infraestrutura que cresceu 22% comparado a 2014.
Base 4G
Toda a infraestrutura ajuda a companhia a focar mais no LTE, mas a base precisa migrar também de tecnologia. Rodrigo Abreu diz que há um maior penetração da tecnologia, já que 100% dos aparelhos novos vendidos pela operadora são 4G. O mix atual está da seguinte forma: 12% do total da base está no LTE (o que representa 7,110 milhões de acessos, um share de 27,94% da base de 4G brasileira). No pós-pago, há, naturalmente, maior penetração: entre 25% e 30% estão na quarta geração. No controle, a participação fica entre 10% e 16%. E no pré-pago, 7% dos acessos são LTE. Há também uma diferença no padrão de consumo, como era de se esperar: se no 3G o usuário da TIM consome entre 400 MB e 450 MB por mês, no 4G a média fica entre 1 GB e 1,3 GB mensais.