O mercado nacional de smartphones terá um crescimento tímido de 0,1% em envio de unidades em 2019,  ante 2018, segundo a IDC Brasil. Contudo, a consultoria estima que haverá aumento de 18% na receita com dispositivos vendidos no País, na comparação ano a ano. “O usuário vai gastar mais com celular”, disse Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa e consultoria em dispositivos de consumidores da empresa de análise de mercado.

Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 5, o executivo explicou que este aumento está ligado à entrada de smartphones mais caros no mercado brasileiro, com handsets que podem passar da faixa de R$ 10 mil. Entre esses produtos estão smartphones de mercados de nicho, como handsets para gamers ou aparelhos dobráveis e com mais diferenciais em suas especificações (8 GB de RAM, 1 TB de espaço, por exemplo). Lembra ainda que a Apple chegou a aplicar preços próximos de R$ 9 mil em alguns modelos de seus novos iPhones.

“Há também uma influência na flutuação do dólar e uma maturidade do mercado, com usuários chegando ao terceiro ou quarto smartphone, embora ainda exista algumas ‘ilhas’ a serem exploradas (como usuários de feature phones)”, diz Sakis.

Preço médio

Questionado por Mobile Time se isto significará em um aumento exponencial do preço médio de smartphones, ele acredita que sim, mas não será um crescimento em curto prazo. Na sua concepção, o mercado de celulares, que fechou 2018 com um preço médio de R$ 1,3 mil, pode chegar a R$ 1,6 mil em até dois anos, principalmente se a economia do Brasil ficar aquecida e o brasileiro tiver mais poder aquisitivo e de crédito.

O gerente da IDC ainda foi questionado pelos jornalistas se, eventualmente, a entrada de um novo player no mercado de smartphones ajudaria a reduzir o preço médio. Sakis acredita que não, uma vez que a maioria dos players prefere entrar no mercado brasileiro com produtos na gama mais alta de preços.

Outro tema abordado na conversa foi o aumento de vendas em celulares usados no Brasil. Ele explicou que o segmento de usados (recondicionados ou “refurbished”, em inglês) está em “crescimento forte nos últimos três anos”, principalmente com iniciativas de operadoras e varejistas. Esse segmento representa uma fatia importante do market share de handsets, mas “ainda não chega aos dois dígitos”.

Mercado de dispositivos e B2B

Sakis revelou ainda que o mercado de dispositivos em geral (PCs, smartphones, tablets, smartphones, feature phones, impressoras etc,) em B2B crescerá 10% em 2019, em especial com a opção de mais vendas “as a service” para empresas. No total, somando B2B e B2C, o ecossistema de dispositivos no Brasil crescerá entre 35% e 40% e representará até 38% de todo investimento de TI em 2018, com uma quantia aproximada de US$ 24,5 bilhões.

 

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