A Prime Internacional, empresa brasileira que trabalha com visão computacional, já realizou mais de 1 mil projetos em 14 anos de atuação. De acordo com Petersen Poia, presidente da empresa, 70% desses projetos foram feitos no Brasil, contudo apenas metade utilizam inteligência artificial.
Entre os projetos que a companhia fez estão: uso de drone para medir quantos bois têm em uma fazenda, monitoramento em rodovias, monitoramento de segurança na Usina de Sinop, seleção de frutas em tempo real (separa as frutas boas para o consumo das podres) e análise da qualidade de peças em carros após sua fabricação. Esses projetos usam inteligência artificial, machine learning e câmeras de baixo custo, como explicou Poia.
“Somos uma empresa com a espinha dorsal baseada em imagem. De 2018 para 2019 ficou muito mais fácil com rede neural, quando comparado ao nosso começo. O aprendizado com rede neural e com deep learning abriu um mundo de oportunidades para nós”, disse o executivo, em conversa com Mobile Time. “Hoje, nós estamos trabalhando mais com a indústria 4.0 e aplicações de inteligência artificial, embora a gente tenha demanda de todas as áreas”.
As áreas que a Prime trabalha vão desde portos, agronegócios, rodovias, ferrovia, hidrovias, energia, indústria, aeroportos, segurança pública, varejo construção civil, TI e projetos especiais. Entre seus clientes há desde a farmacêutica Abbott até a empresa de logística Maersk. Aliás, em mobile uma das soluções de destaque criada pela Prime é um aplicativo da Maersk para caminhoneiros saberem a hora certa de chegar em um porto para evitar trânsito.
No exterior, os projetos da Prime Internacional já foram instalados em companhias da África do Sul, Tanzânia, Canadá, Hong Kong, Estados Unidos, Peru, Itália, além de países do Oriente Médio. Atualmente, a Prime tem dois escritórios nos EUA e outro no Peru.
Modelo de negócios e parceria
Seu modelo de negócios é flexível: aluguel de software e ativos, venda de software e ativos e contratos de manutenção. No Brasil, a companhia tem 40 funcionários contratados e mais 360 que atuam de forma indireta e intermitente.
De acordo com Bruno Maia, head de inovação da SAS, a vantagem da Prime Internacional é que, embora sofisticada, a captação de dados por meio das câmeras é algo acessível – uma vez que as câmeras são simples (CCTV): “Esse tipo de projeto mostra que a ideia aparece, mas o mais importante é a capacidade de entregar. E eles (Prime) têm”.
Atualmente, a empresa tem uma parceria estratégica com a SAS que permite uma correlação em projetos, com a Prime entrando em visão computacional e a SAS com captação e tratamento dos dados. Durante o SAS Forum Brazil nesta quarta-feira, 5, em São Paulo, Maia revelou que pelo menos três projetos poderão sair desta parceria nos próximos meses.
Outra novidade no futuro da Prime é a criação de um relógio conectado. Esse equipamento será usado em uma empresa de grande porte, com intuito de acompanhar seus funcionários em áreas de grandes dimensões. Poia revelou que este relógio tem uma bateria que dura sete dias e consegue acompanhar o usuário por geolocalização.