O low-code tem um potencial para a entrada de novos profissionais e novos entrantes no mercado de tecnologia da informação. Foi o que disse o country leader da OutSystems no Brasil, Carlos Sapateiro, em conversa com o Mobile Time nesta quarta-feira, 5. O executivo detalhou como o avanço do low-code tem um “lado social” com a inclusão de públicos que antes estavam fora deste segmento.

Durante o OutSystems Brazil Summit, Sapateiro explicou que essa inclusão social e digital de pessoas no mercado de trabalho ocorre muito rapidamente, algo que acontece pela sua empresa ser inclusiva para novos desenvolvedores e estar desenvolvendo uma comunidade que trabalha com a criação de aplicações com baixo grau de codificação.

Rodrigo Soares, solution architect da OutSystems na América Latina, afirmou que uma pessoa em média consegue ser treinada para começar a criar soluções com low-code em um mês. Isso se for uma pessoa sem muito conhecimento em tecnologia. Já o profissional com conhecimento e experiência em TI, Soares afirmou que este consegue se adaptar ao modelo mais rapidamente.

Em sua comunidade de desenvolvedores, a OutSystems tem 750 mil membros ativos no mundo, sendo 2,9 mil na América Latina e, desses, 2,2 mil estão no Brasil.

Estratégia

Paralelamente, o country leader afirmou que há uma mudança nas companhias, algo que foi puxado pela transformação digital e as mudanças da Covid-19 com a necessidade de mais projetos digitais. Mas as áreas de TI começam a sofrer pressão para entregar projetos mais rapidamente, além de otimização e redução de custos.

Mesmo com este cenário, Sapateiro acredita que o low-code não gera uma onda de cortes nas organizações: “Não é questão de ser dispensável, mas se adaptar à realidade”, afirmou. Em sua visão, o low-code colabora para eliminar as ‘moscas brancas’, ou seja, os profissionais de TI que são raros e custam bastante às companhias – como aqueles que trabalham com sistemas legados.

Isso porque uma das funções do low-code é ajudar a eliminar sistemas arcaicos nas organizações.

Por sua vez, Soares lembrou que houve uma inflação dos salários em TI, mas as empresas não tiveram a entrega esperada. Agora, com o low-code, as companhias passam a ter mais entregas e o desenvolvedor pode ganhar mais. Isso porque ainda há muita demanda por estruturação de dados, complexidade de integração de sistemas e necessidade de escalabilidade.

Negócios

Soares reforçou que o low-code é um dos temas fortes do momento. O executivo lembrou que a Forrester estimou que o low-code deve crescer a uma média de 21% ao ano e o seu mercado global deve representar US$ 30 bilhões até o final de 2028.

Com isso, Sapateiro afirmou que tem uma visão de crescimento do mercado, inclusive no Brasil, que é visto como promissor pela companhia. Em especial com o avanço em empresas através de parceiros como NTT Data, TCS e Accenture. Revelou ainda que um quarto consultor está interessado em aderir à sua tecnologia de low-code, a Kyndryl.

Sem revelar os dados absolutos locais, o country leader afirmou que possui clientes “nas dezenas”, sendo que muitos deles são globais. O seu modelo de negócio é baseado em assinatura, mas cada contrato é de no mínimo um ano. Mas afirmou que há pouco churn entre as companhias que usam sua plataforma.

Atualmente, a OutSystems tem 500 parceiros e clientes ativos de 21 setores em 81 países.

Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time

 

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