A compra de aplicativos móveis e de bens virtuais dentro de jogos costuma ser feita através de cartão de crédito. Isso pode funcionar bem em países desenvolvidos, mas conforme os smartphones se popularizam em mercados emergentes surge um problema: a baixa penetração de cartões de crédito dificulta as vendas. Uma solução é estabelecer acordos com operadoras celulares para usar suas plataformas de faturamento. Ou seja: realizar a cobrança na conta telefônica ou nos créditos de clientes pré-pagos. Além de ajudar as lojas de aplicativos e seus desenvolvedores, esse tipo de parceria representa uma nova fonte de receita para as teles, que ficam com uma participação das vendas. O grupo Telefônica, através de sua subsidiária Telefônica Digital, já tem algumas experiências desse tipo na Alemanha e na Inglaterra. Nesta quinta-feira, 5, a empresa anunciou que firmou parcerias com Facebook, Google, Microsoft e RIM para adotar essa solução em 14 mercados diferentes até o final do ano, com foco especial na América Latina.
Com o Google, o acordo, além de permitir o billing direto (como é chamada essa solução), tornará possível que a Telefônica crie suas próprias lojas de apps Android. Atualmente, o billing direto no Google Play já funciona para os assinantes da O2 na Alemanha, operadora do grupo Telefônica, e será lançado na Espanha muito em breve. Segundo a empresa, 400 mil assinantes alemães da O2 usam o billing direto todo mês.
A possibilidade de criar lojas próprias também faz parte da parceria com a Microsoft. O billing direto no Marketplace, loja de apps do Windows Phone, ainda não entrou em operação.
Na BackBerry App World, da RIM, a cobrança via conta telefônica já está funcionando nas operadoras do grupo na Alemanha e na Inglaterra (nesta última, via SMS premium).
Os assinantes da operadora na Inglaterra já podem adquirir bens virtuais através de apps móveis ligados ao Facebook em um processo de apenas dois passos.