O presidente global e CEO da Mastercard, Ajay Banga, disse que está a 100 milhões de pessoas de seu objetivo de bancarizar meio bilhão de pessoas no mundo até 2020. A meta lançada a cinco anos atrás é vista pelo executivo não apenas como inclusão, mas como uma forma de trazer prosperidade à população.
“Nós conseguimos isso graças às parcerias que fizemos. Um exemplo foi uma parceria com um banco do México que fez um programa para bancarizar mais de 20 milhões de pessoas no interior do País”, explicou Banga. “Inclusão se tornou uma palavra da moda, mas, acima de tudo, igualdade é importante. Para isso nós usamos tecnologia como forma de inclusão e igualdade”.
O CEO chamou a atenção para a necessidade de mais acesso à Internet. Em especial para os 2 bilhões de pessoas que não estão na web, pois não têm sequer conta ou identidade. Em sua visão, sem acesso à rede mundial, à bancarização e à identificado, essa parcela da população enfrenta um abismo social que pode ficar maior.
“Sem identificação e sem acesso a contas bancárias, fica extremamente difícil para uma pessoa acessar a Internet”, refletiu Banga. “O meu medo é que os evangelistas da Internet não entendam essa lacuna social. Que eles não entendam as dificuldades de uma pessoa não acessar à web e que esse abismo fique maior”.
América Latina
Para o presidente da América Latina da bandeira de cartões, Carlos Enrico, a digitalização dos pagamentos é uma etapa importante neste processo. Ele revelou à audiência do Master Minds, evento organizado pela Mastercard nesta sexta-feira, 5, em São Paulo, que 25% das transações na região latino-americana são digitais, sendo que o Brasil é o segundo mercado da empresa no mundo.
“Nós vemos grande oportunidades na América Latina. Nós vemos uma população jovem, urbana e bancarizada. Uma tendência que deve continuar nos próximos anos”, disse o executivo. “O digital é um quarto de todas as transações na região. Mas o digital é inorgânico. Cresce com um ecossistema, como startups de tecnologia e fintechs, além de regulação”.
Enrico explica que a Mastercard deve investir em mais tecnologias que melhorem as experiências do usuário e em segurança digital, em especial para o e-commerce e pagamento sem contato. Para isso, ele lembra que a Mastercard vem investindo em um ecossistema novo com APIs, inteligência artificial, cibersegurança e open banking.
“Os pagamentos em cartões são o núcleo duro do nosso negócio. Mas a Mastercard está se tornando uma empresa de tecnologia. Nós estamos partindo dos cartões para os pagamentos instantâneos”, completou o executivo para América Latina.