Os últimos números do mercado brasileiro de telefonia móvel divulgados pela Anatel revelaram não apenas uma estagnação no crescimento da base de linhas em serviço, como também uma mudança na proporção entre pré e pós-pagos. Os pré-pagos, que chegaram a ser 80% do mercado, agora representam em torno de 75%. O CEO da TIM, Rodrigo Abreu, enxerga como um dos fatores o fenômeno de diminuição da quantidade de chips por usuário. Com a redução das tarifas de interconexão, a diferença de preço do minuto para chamadas on-net e offnet diminui. Consequentemente, vai deixando de fazer sentido para o consumidor manter tantos SIMcards diferentes, e perde força o conceito de construção de comunidades no pré-pago – estratégia que todas as operadoras adotaram nos últimos anos, especialmente a TIM, que lidera nesse segmento. Assim, quem tinha três chips passa a ter dois, quem tinha dois passa a ter um etc.
Essa movimentação dos consumidores está gerando uma disputa entre as operadoras para ver quem vai consolidar esse tráfego pré-pago, comentou Abreu, durante teleconferência sobre os resultados financeiros da TIM, nesta quarta-feira, 5. Uma das consequências é a reavaliação da estratégia das teles para o segmento pré-pago. No caso da TIM, a operadora pretende aumentar a variedade de planos para esse público. Em vez de ter apenas cobranças por dia, a TIM terá também opções de pacotes semanais e até mensais para pré-pagos. "O foco está deixando de ser as adições brutas e passando a ser a recarga, a receita. Esperamos que ao longo do tempo haja diminuição do número total de pré-pagos, mas um aumento da receita média por usuário (ARPU)", disse Abreu.
Pós-pago de alto valor
Enquanto isso, no segmento pós-pago, a TIM promete lançar um novo plano agressivo para clientes de alto valor. O Liberty Top oferecerá 400 minutos em ligações e 6 GB por R$ 139 ao mês – valor promocional que valerá por um ano. A ideia é conquistar clientes de outras operadoras que já tenham seu aparelho e tragam sua linha. Não haverá subsídio de terminais. Abreu reconhece que a participação da TIM no segmento pós-pago de alto valor ainda é baixa.