Ao mesmo tempo em que o Brasil se prepara para lançar o PIX, serviço de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central, o governo federal planeja incluir na reforma tributária um imposto sobre pagamentos digitais. Os detalhes do novo tributo ainda não foram apresentados pelo Ministério da Economia, mas a ideia de se taxar os pagamentos digitais e o seu impacto sobre o PIX foram debatidos em painel virtual organizado por Mobile Time nesta quarta-feira, 5. O assunto dividiu as opiniões dos especialistas reunidos na live.
“Sou totalmente contra. O governo vai precisar criar uma nota de R$ 500 porque a maioria das pessoas vai parar de pagar no digital. A população não aceita mais impostos”, criticou Marcelo Martins, líder do PIX na ABFintechs. “Quem pode vai buscar outros meios de pagamento. As moedas digitais vão explodir. (Esse imposto) vai cair sobre as pessoas mais pobres”, acrescentou.
Rodrigo Furiato, diretor de wallet do Mercado Pago, enxerga uma contradição entre as duas iniciativas (lançamento do PIX e criação de um imposto sobre pagamentos digitais). No seu entender, não é o momento mais adequado para se criar esse imposto.
Por outro lado, o CEO da Kryptus, Roberto Gallo, ponderou que modernizar a economia significa também modernizar a tributação, de forma que a carga tributária fique mais equilibrada sobre a população. E levantou outra questão importante: os dados de transações com PIX poderão ser usados pela Receita Federal para o combate à sonegação do Imposto de Renda?