A Acesso, emissora de cartões pré-pagos, quer estimular cada vez mais o uso do seu aplicativo móvel (Android, iOS, Windows Phone) no lugar do website e do SMS para consultas, pagamentos e transferências. A explicação é simples: o app é mais prático para o consumidor, porque trafega menos dados que o site web, e a realização de transações ou envio de notificações é mais barata que por SMS. O presidente da companhia, Sergio Kulikovsky, cogita até mesmo adotar o modelo de cobrança reversa de dados móveis, paganto pela navegação dos usuários em seu app, com fazem hoje Bradesco, Netshoes e Privalia.

Hoje a Acesso tem 360 mil cartões pré-pagos ativos, que realizaram pelo menos uma transação nos últimos 90 dias. Dessa base, 40% já acessa através do aplicativo móvel. Um ano atrás eram 150 mil cartões e 20% de penetração de uso do app. A empresa espera encerrar 2016 com 450 mil cartões ativos e 60% da base acessando pelo app no smartphone, diz Kulikovsky.

"Começamos mais focados na web, com venda dos cartões via varejo, e tendo também canais em URA e SMS. Dois anos atrás lançamos o app. Hoje, quem experimenta o aplicativo fica praticamente exclusivo no mobile, e quase não volta para web", relata. "Quero que o canal mobile seja mais importante que a web para os usuários da Acesso. Estamos fazendo uma blitz agora para alcançar 60% de uso. Tem muita gente que ainda não sabe que o app existe", acrescenta.

A Acesso registra atualmente 1,4 milhão de transações por mês, com tíquete médio de R$ 70. A maioria são compras presenciais, com o cartão de plástico, ou pela web, em sites de e-commerce. O app é mais usado para consulta a saldo, mas também pode servir para pagamento com código de barras ou para transferência de valores a outros usuários da Acesso. O volume de transações financeiras pelo app, contudo, ainda é baixo, entre 50 mil e 100 mil por mês.

O SMS, por sua vez, será mantido por mais algum tempo para a autenticação do celular do usuário e para envio de informações. A utilização para transações financeiras já foi abandonada. E Kulikovsky entende que se os chatbots evoluírem e garantirem segurança, a tendência seria que substituíssem o SMS no futuro.

A Acesso distribui seus cartões através de redes varejistas, como Walmart e Pão de Açúcar. Cada cartão custa R$ 14,90. O público-alvo varia desde pessoas desbancarizadas, que precisam de um cartão pré-pago para fazerem compras na Internet, até gente de classe A para pagar funcionários ou dar a mesada dos filhos. A empresa cobra também tarifas para a manutenção da conta e para cada carga ou saque. Sua receita em 2015 foi de R$ 19 milhões e deve alcançar R$ 45 milhões este ano.

Sergio Kulikovsky, presidente da Acesso

 

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