A implementação da quinta geração (5G) de telefonia celular é uma questão de Estado, na opinião do CTIO da TIM, Leonardo Capdeville. Durante a apresentação do laboratório 5G da empresa em Santa Rita do Sapucaí/MG, nesta quinta-feira, 5, o executivo defendeu o potencial do 5G para aumentar a competitividade do País.
“A rede de quinta geração muda a competitividade do País e ajuda a endereçar problemas que temos hoje como sociedade”, argumentou Capdeville. O executivo entende que o leilão das frequências para 5G não pode ter viés arrecadatório, senão vai faltar dinheiro para a rede.
“Se não forem bem dosados o valor do espectro e as obrigações estipuladas no leilão, vai faltar dinheiro para o 5G”, comentou. “Sabemos da dificuldade de caixa (do governo), mas o 5G será motor para a solução dos problemas, por isso o leilão não pode ser meramente arrecadatório”, acrescentou. E lembrou que as operadoras ainda vão precisar investir muito em 4G ao longo dos próximos quatro anos, pois boa parte do crescimento do tráfego nesse período acontecerá sobre a rede atual.
Educação, saúde e segurança
O CTIO usou como exemplo três áreas que poderiam ser beneficiadas com ganhos de eficiência com o 5G: educação, saúde e segurança.
Em educação, o 5G servirá para levar ensino à distância aos cantos mais remotos do País. “A única forma de tirar o gap educativo do Brasil não será construindo mais escolas ou treinando milhares de profissionais, mas usando a tecnologia para que o conteúdo chegue na ponta”, argumentou.
Da mesma forma, em saúde, o 5G será usado para a telemedicina, aproximando médicos especialistas de pacientes em locais distantes. No Brasil há 1,8 médico para cada 100 mil habitantes. Nos EUA a proporção é de 2,5. E na Itália é de 4. Para subir um ponto, o Brasil precisaria de 210 mil médicos, só que apenas 25 mil se formam por ano no País. “Levaríamos 10 anos para chegar ao nível dos EUA. Mas há também o problema da distribuição desses médicos e de suas especialidades. Podemos recorrer à tecnologia para permitir a telemedicina”, sugeriu.
Por fim, o executivo informou que o Brasil gasta 5,9% do PIB em segurança. O dinheiro poderia ser aplicado de maneira mais eficiente se soluções de alta tecnologia com 5G forem adotadas em segurança.