A pane do WhatsApp nesta segunda-feira, 4, deu de presente ao Telegram mais de 70 milhões de novos seguidores, e um bom motivo para o governo federal divulgar sua conta. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), simpatizante do aplicativo russo que tem pouco ou nenhum controle no Brasil, escreveu em seu Twitter: “Muitas redes sociais encontram-se com instabilidade constante, siga-nos no nosso canal do Telegram”. Até às 19h desta terça-feira, 5, sua conta tinha 993.431 inscritos.

A página oficial de notícias do governo federal também divulgou na tarde de segunda um link direto para a conta da Secretaria de Comunicação no Telegram, que tem mais de 30 mil inscritos. Os ministérios da Justiça, do Desenvolvimento Regional e das Comunicações também têm contas ativas no app de mensageria.

O sucesso do Telegram no Palácio do Planalto, entretanto, parece não ser seguido pelos governos estaduais, que continuam apostando no WhatsApp para a maioria dos serviços públicos. Em levantamento desta reportagem, apenas três estados (São Paulo, Amazonas e Piauí) possuem conta oficial no app – sendo este último com apenas quatro seguidores. São Paulo é o Estado que mais movimenta a conta, inclusive com um canal especial para combater notícias falsas a respeito da Covid-19. O canal oficial do governo paulista foi lançado em 2019, tem postagens diárias, e contabiliza atualmente 1.610 inscritos.

Apesar de o Telegram não ter escritório nem representação no Brasil, está instalado em mais da metade dos smartphones brasileiros: 53%, de acordo com pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel. Especialistas manifestaram preocupação e projetam que haja uma migração em massa da política baseada em fake news para este ambiente – sobretudo nas eleições de 2022.

 

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