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Da direita para a esquerda: Gabriel Filartiga, chefe do departamento de gestão pública do BNDES; Carlos Teixeira, executivo para o setor público da Microsoft Latam; Silvio Dantas, diretor executivo de inovação e transformação digital da Capgemini Brasil. Créditos: Gustavo Drullis/Mobile Time

Em alguns anos, quando o 5G estiver disseminado, a tendência é que a tecnologia substitua a banda larga fixa, mas isso vai depender da implementação de infraestrutura no País. Essa é a visão de Silvio Dantas, diretor executivo de inovação e transformação digital, no Brasil, da multinacional francesa Capgemini, que já utiliza a tecnologia móvel de quinta geração em outros locais do mundo.

“A democratização do acesso, da conectividade, é uma tendência. Quando ele for realmente difundido, vai ser mais barato você ter um chip 5G no bolso do que ter uma Internet banda larga em casa”, conta Dantas. “Eu acredito que vai substituir, porque a infraestrutura de rede cabeada e de fibra, por mais que seja rápida, é muito custosa. A tecnologia do 5G, na minha visão, vem para realmente abrir um espaço de conectividade enorme para o mercado”, adiciona.

O diretor executivo da Capgemini acredita que a mudança de comportamento na conectividade só vai ocorrer quando houver escalabilidade da infraestrutura. “Tudo vai depender do investimento”, afirma o diretor. Para ele, a popularização do 5G deve ocorrer entre um e dois anos, no Brasil. “A tecnologia já está lá, o que falta realmente é a cobertura – que vai fazer a diferença. E o preço, óbvio, porque se for muito caro, você não vai pagar”, diz.

Segundo Dantas, a transição de conectividade deve impactar primeiramente os consumidores finais, para quem a mobilidade possibilitada pela conexão 5G será mais um atrativo, além da velocidade e baixa latência. No setor privado, no entanto, a mudança não deve ocorrer tão cedo, já que em muitas situações a conexão de banda larga fixa é mais vantajosa, com arquiteturas dedicadas. “Mas para um uso em médias e pequenas empresas, haverá substituição facilmente pelas novas tecnologias”, opina.

A visão de Carlos Teixeira, executivo para o setor público na Microsoft Latam, é semelhante. “O que a gente vê agora com a questão do 5G é que ele democratiza de vez, reduzindo de uma forma drástica o custo de implementação da área de abrangência desse nível de conectividade necessária para implementação de soluções de cidades inteligentes”, disse, em painel no Connected Smart Cities, nesta quarta-feira, 5, em São Paulo. De acordo com Teixeira, a tecnologia será essencial para levar conectividade para fora dos grandes centros, já que o alto investimento da conexão por fio atualmente impede que isso ocorra.

Uso do 5G

A Capgemini é uma empresa global de consultoria, serviços de tecnologia, outsourcing e transformação digital, que atua em cerca de 50 países. Ela está no País há cerca de 10 anos. Em alguns lugares ao redor do mundo, a companhia já utiliza redes 5G para projetos em áreas como segurança pública, para reconhecimento facial, além de saúde e mobilidade.

Apesar de ainda não haver projetos utilizando 5G no Brasil, Dantas conta que algumas parcerias estão em fase de planejamento, com experimentação acontecendo em laboratórios nacionais em cooperação com os laboratórios dedicados de 5G que a empresa tem em outros países. A maior parte dessas iniciativas tem como objetivo processar um grande volume de dados e levá-los para a nuvem, integrando-os com sistemas legados. A ideia é utilizar toda essa capacidade de processamento para tomada de decisões em tempo real, com inteligência artificial e aprendizado de máquina.

“Os bancos têm trabalhado muito com a questão dos dados. A maior parte dos clientes da Capgemini são as instituições financeiras, com o desenvolvimento de soluções seguras usando 5G e integrando isso com as soluções locais. O maior desafio é integrar, porque se eu tenho um sistema legado que não me responde no tempo de resposta que eu preciso para o 5G, a aplicação não fica com uma experiência legal”, explica.

 

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