SayMe

Crédito: Divulgação

O mercado brasileiro de mensageria móvel é dominado por grandes players globais, como WhatsApp, Telegram e Messenger. Neste cenário, quem teria coragem de criar um concorrente nacional para enfrentá-los? O desenvolvedor brasileiro Brunno Velasco teve. Depois de pouco mais de um ano trabalhando na programação do código e de receber um investimento-anjo de R$ 1 milhão para o projeto, ele lançou o SayMe Messenger (Android, iOS), um aplicativo de mensageria móvel que pretende ter como seus principais diferenciais a segurança, a privacidade e a permanente escuta de sugestões do seu público.

“A gente não quer desbancar ninguém. Queremos apenas ser uma opção a mais para as pessoas escolherem. Queremos tirar um pouco desse monopólio do WhatsApp, da mesma forma que o 99 fez com a Uber”, compara Velasco, em conversa com Mobile Time.

O SayMe nasce com criptografia de ponta a ponta e com uma série de funcionalidades inovadoras, como a possibilidade de agendar o envio de mensagens e programar um prazo para resposta. Em privacidade, é possível configurar para impedir o encaminhamento de mensagens e arquivos, assim como proibir a gravação de uma imagem da tela. 

Em acessibilidade, o SayMe oferece a transcrição de mensagens de áudio, o que possibilita que usuários surdos possam lê-las. A função também é útil em situações em que o destinatário não pode ligar o som para ouvir uma mensagem, como durante uma reunião de trabalho – aliás, foi em uma situação assim que Velasco teve essa ideia. 

Dislexia e proximidade

Ainda em acessibilidade, a próxima versão do SayMe contará com um “modo atenção”, no qual o layout será adaptado para ser visualizado melhor por pessoas com dislexia: cada parágrafo começará com uma letra em negrito; haverá intercalação de frases sublinhadas; e o fundo será amarelo. Segundo Velasco, o “modo atenção” veio de uma sugestão dos usuários. Ele promete acompanhar de perto os comentários do público nas lojas de aplicativos para desenvolver mais melhorias, e relata sua própria frustração em não ser ouvido pelas plataformas gigantes de mensageira.

“Essa proximidade que o usuário tem com a SayMe é muito maior do que a existente no WhatsApp ou no Telegram. Queremos ser uma opção para quem quer se sentir mais próximo do produto”, argumenta.

O SayMe traz também funcionalidades comuns nos demais aplicativos de comunicação instantânea, como chamadas de áudio e videochamadas, assim como possibilidade de criação de grupos e de hubs (equivalente aos “canais” do Telegram, para distribuição de conteúdo). Dentro do SayMe, as conversas privadas, as conversas em grupo, os hubs e as chamadas ficam em abas separadas, para facilitar a organização. “No WhatsApp e no Telegram o usuário se perde entre conversas privadas e em grupo. É confuso”, critica.

Modelo de negócios

O Sayme Messenger é gratuito e não explora publicidade. A monetização virá através do lançamento de uma versão para o mercado corporativo, que empresas poderão usar para a comunicação entre seus funcionários. O SayMe corporativo deve ser lançado nas próximas semanas.

Outra fonte de receita virá do SayMe Chat uma plataforma e API para empresas incluírem a funcionalidade de chat em seus sites e apps. A solução, que ainda está em desenvolvimento, permitirá também o desenvolvimento de chatbots.

O SayMe Messenger foi lançado no dia 20 de junho deste ano. Até o momento conta com 19 mil usuários. E Velasco espera chegar na casa de milhões dentro de três anos.

 

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