A Abecs (Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) recebeu de maneira positiva a regulação do Banco Central (BC) para pagamentos móveis. "O investidor desse setor agora conta com maior segurança jurídica", disse Marcelo Noronha, diretor-presidente da entidade, durante o V Forum de Inclusão Financeira, nesta terça-feira, 5, em Fortaleza. Ele ressaltou o papel indutor do órgão regulador, no caso, o BC. Com uma regulação clara e objetiva, as empresas e também os consumidores sentem mais confiança de experimentar os pagamentos móveis.
Para Noronha, o m-payment vai ajudar a "turbinar a inclusão financeira" no Brasil. Mas ele fez questão de lembrar que o celular não está sozinho nessa frente: a popularização dos cartões de crédito e a vasta distribuição de correspondentes bancários ao longo da última década desempenharam um papel importante na inclusão financeira dos brasileiros mais pobres.
Números
O volume de transações com cartões de crédito no Brasil aumentou de R$ 101 bilhões no primeiro semestre de 2008 para R$ 249 bilhões no primeiro semestre de 2013. E deve passar de R$ 1 trilhão anual em 2014. Desse total, cerca de 5% é feito em compras remotas (pela web, por exemplo) e o restante usa cartões chipados. dez anos atrás, a maior parte dos pagamentos com cartões usavam tarja magnética e ainda havia pagamentos não digitais.
Hoje existem 4,2 milhões de terminais de pagamento (POS) no País, boa parte deles adaptados para receber pagamentos via NFC. "É a maior rede NFC do mundo", afirmou Noronha. Sobre a migração do cartão de plástico para o celular, o executivo entende que isso acontecerá se o novo método de pagamento for cômodo e prático para o consumidor. "Tudo depende da usabilidade", disse.