A empresa de fibra ótica mineira Fly Link participou do leilão de 5G como uma espécie de azarão. Focada nos lotes regionais de Minas Gerais (setores 3, 22, 25 e 33 do PGO), tentou arrematar os blocos de 700 MHz e de 2,3 GHz, mas a Algar Telecom acabou dando o maior valor para os dois. Mas, no segundo dia do certame, nesta sexta-feira, 5, a empresa conseguiu arrematar bloco de 200 MHz da faixa de 26 GHz para a mesma localidade. Com isso, a Fly Link precisará revisar sua estratégia porque ela se baseava na aquisição das outras faixas, além da de 26 GHz.
“A faixa tem muito a ver com o nosso core. A nossa pretensão é a entrega de banda larga, como previsto no edital. É o que pretendemos fazer. Estamos muito felizes com a vitória, mas os lances nos lotes H41 (arrematado por Algar Telecom) e H42 (ambos lotes regionais de 26 GHz, sendo o último arrematado pela Fly Link) foram pensados para uma estratégia que levava em consideração uma possível vitória nos lotes C8 (bloco de 80 MHz da faixa de 3,5 GHz regional) e F8 (bloco de 40 MHz da faixa de 2,3 GHz), o que acabou não se concretizando”, explica José Neto, sócio administrativo e financeiro da empresa. “Diante disso, vamos reavaliar o plano de negócio considerando apenas a vitória no lote H42, para avaliarmos os investimentos e o retorno nesse lote isolado”, complementa o executivo, em conversa com Mobile Time.
Apesar dos percalços, Neto acredita que a participação da empresa no leilão de 5G foi, em suas palavras, “surpreendente” e uma ótima oportunidade para mostrar a empresa para o mercado.
“Tínhamos boas expectativas com relação aos lotes, mas, como foi citado pela agência e pelo ministro, os valores pagos pelos participantes superaram as expectativas. E a Fly Link conseguiu arrematar um. Isso é bom para nós. O leilão serviu como uma experiência muito válida no sentido de network, de relacionamento, de mostrar o nosso nome para o mercado”, completa o sócio administrativo e financeiro da empresa.
Neto explicou que ainda não existe no mercado equipamentos para a faixa de 26 GHz. E, por isso, não há previsão de quando será lançada uma solução usando essa faixa.
Sobre possíveis fornecedores, Neto diz que não pode revelar nomes por conta dos termos de NDA (Non-Disclosure Agreement, na sigla em inglês) com os investidores.