O deputado André Figueiredo (PDT-CE) enviou requerimento para que o PL 469 passe pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI) da Câmara dos Deputados para análise de mérito. Na última quarta-feira, 5, o texto foi aprovado na Comissão de Comunicação e foi instruído para seguir à Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania.

O projeto de lei proíbe que provedores de conexão de Internet instituam cobrança direcionada aos provedores de aplicações de Internet por geração de tráfego de dados.

fair share

Deputado Federal André Figueiredo (PDT-CE). Crédito: dvulgação/Câmara dos Deputados

Motivos para levar PL do fair share à CCTI

Em sua justificativa, Figueiredo diz que a Mesa Diretora enviou o texto somente para a CCJC e que o tema do PL está “ligado diretamente às atribuições da CCTI, como a política nacional de tecnologias da informação, automação e informática; Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e desenvolvimento tecnológico da indústria das tecnologias da informação e da automação e seus aspectos estratégicos.”

Para o deputado, o texto pode causar impactos e, portanto, deve ser examinado minuciosamente pela CCTI. “Este exame assegurará uma avaliação criteriosa das consequências e impactos para as áreas de tecnologia e inovação envolvidas”, complementou.

Posicionamento da Conexis

Em nota enviada a este noticiário, a Conexis, entidade que representa as maiores empresas de telecomunicações do País, lamenta o avanço do PL 469 na Câmara dos Deputados e considera prejudicial à expansão da Internet em regiões ainda sem cobertura adequada, como áreas rurais. A proibição da cobrança da taxa (fair share para as operadoras, network fee para quem é contra) também impactará o investimento em conectividade para atividades essenciais como aquelas de hospitais e escolas.

“A aprovação do projeto, nos termos da Comissão de Comunicação, pode interromper o diálogo em torno de uma solução para o uso sustentável das redes de telecomunicações pelos grandes provedores de conteúdo digital”, escreveu a entidade.

“O setor de telecom enfatiza a importância de manter o diálogo para assegurar um futuro digital às próximas gerações”, concluiu.

Votação expressa

Na última quarta-feira, 4, a Comissão de Comunicação votou e aprovou em menos de três minutos o PL 469/24, do deputado David Soares (União-SP), que proíbe que provedores de conexão de Internet instituam cobranças direcionadas aos provedores de aplicação de Internet por geração de tráfego de dados. Em resumo, a comissão aprovou pela não cobrança do fair share.

O texto acrescenta o artigo 9º-A ao Marco Civil da Internet (Lei 12965/14). Soares apresentou o relatório em março deste ano e o PL ganhou a relatoria da deputada Silvye Alves (União-GO), que, em outubro, apresentou seu parecer favorável à sua aprovação.

 

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