| Publicada no Teletime | A retirada das principais operadoras chinesas (China Mobile, China Telecom e China Unicom) da listagem da Bolsa de Nova Iorque (NYSE) virou uma novela: após anunciar a exclusão das empresas e depois desistir do movimento, a NYSE afirmou nesta quarta-feira, 6, que realmente vai banir o trio de teles asiáticas.
O anúncio da bolsa nova-iorquina veio apenas dois dias após a própria NYSE afirmar que não prosseguiria com a deslistagem. Segundo comunicado, a reviravolta é fruto de uma nova recomendação feita pelo Departamento do Tesouro dos EUA.
No caso, o órgão governamental entendeu que transações de ações do trio devem ser proibidas como compliance com uma ordem federal assinada por Donald Trump em novembro. O documento bloqueia investimento norte-americano em empresas que o Departamento de Defesa alega serem de propriedade ou controladas por militares chineses.
A história, contudo, pode não ter chegado ao fim: segundo a própria NYSE, as três companhias chinesas têm o direito de que a decisão seja revisada por um comitê do conselho de administração da bolsa. De toda forma, a previsão é que as ações do trio tenham negociação suspensa a partir de 11 de janeiro.
Impacto
No início da semana, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) classificou a decisão como politicamente motivada, mas minimizou o impacto da medida, que afetaria apenas 2,2% das ações circulantes da China Mobile, China Telecom e China Unicom, perfazendo cerca de 20 bilhões de yuans (US$ 3,1 bilhões), segundo dados da agência.
Ainda assim, as idas e vindas interferiram no preço dos papéis do trio. Operadora mais afetada pela exclusão, a China Mobile teve suas ADRs desvalorizando 5,42% na NYSE nesta quarta-feira, após alta de 9,19% no dia anterior (influenciada então pela desistência da deslistagem).