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A conta do presidente Donald Trump (@realDonaldTrump) no Twitter (Android, iOS) foi bloqueada pela rede social por 12 horas, contando a partir das 21 horas da noite desta quarta-feira, 6. A decisão foi tomada junto com a remoção de três publicações recentes de Trump em razão de “repetidas e severas” violações da política de integridade cívica do Twitter e da “violência sem precedentes” que ocorre em Washington neste momento, justificou a empresa. 

O Twitter alertou também que violações futuras de suas regras resultarão no banimento da conta de Trump.

O presidente norte-americano vem usando o Twitter para repetir infundadas acusações de fraude nas eleições presidenciais do país e incentivar seus apoiadores, que hoje ocuparam o Capitólio quando a vitória do candidato presidencial democrata Joe Biden seria referendada.

O Twitter inicialmente colocou restrições no vídeo, impedindo as pessoas de curtir, retuitar ou responder à postagem original de Trump. Algum tempo depois, a rede social removeu totalmente o vídeo e dois outros tweets, alegando violação de suas regras.

Trump; Twitter

Explicação do Twitter para o bloqueio ao vídeo

YouTube e Facebook

O YouTube (Android, iOS) também retirou o vídeo no qual o presidente dos Estados Unidos aborda o ataque ao Capitólio. De acordo com a empresa, o vídeo foi removido por conter informações falsas sobre as eleições de 2020.

Segundo o site The Verge, o YouTube permitirá que a mensagem de Trump apareça em vídeos de outros usuários da rede social, caso esteja contextualizado de forma educacional ou notícia.

“Tivemos uma eleição que foi roubada de nós”, afirmou no vídeo Trump falsamente. “Foi uma eleição esmagadora e todos sabem disso, especialmente o outro lado.” O então presidente dos Estados Unidos também usou o vídeo para chamar os manifestantes a “irem para casa” após horas do ataque. Trump não denunciou nenhuma violência ocorrida nesta quarta-feira, 6.

A remoção ocorreu depois que o YouTube instituiu uma nova atualização de política em dezembro de 2020 que proíbe qualquer tipo de conteúdo que alega que uma fraude generalizada de eleitores impactou os resultados da eleição presidencial de 2020. No novo vídeo de Trump, que também foi postado no Twitter e no Facebook, ele continuou a espalhar desinformação sobre as eleições de 2020, chamando os resultados de fraudulentos.

O mesmo vídeo também foi retirado do Facebook (Android, iOS). Segundo o vice-presidente de integridade da companhia, Guy Rosen, o material estimula ainda mais a violência. Em um tuite, o executivo explicou:

“Esta é uma situação de emergência e estamos tomando as medidas de emergência adequadas, incluindo a remoção do vídeo do presidente Trump. Removemos porque, no geral, acreditamos que contribui em vez de diminuir o risco de violência contínua”.

Análise

A medida tomada pelo Twitter é inédita com um presidente dos EUA. Provavelmente, é inédita com um comandante de qualquer nação no mundo. Desde as eleições presidenciais dos EUA em 2016, quando notícias falsas se espalharam rapidamente pela Internet, as redes sociais vêm sendo acusadas de negligência e passividade no controle desse problema. Facebook, Twitter e WhatsApp vêm gradativamente criando mecanismos para combater essa questão. No caso do WhatsApp, serve de exemplo as restrições para o encaminhamento de mensagens em massa. O Twitter, por sua vez, começou a incluir alertas em publicações que propagam mentiras, o que já havia sido feito com Trump várias vezes nos últimos meses. Ao bloquear por 12 horas a conta do presidente norte-americano, o Twitter subiu mais um degrau nessa batalha.

 

 

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