Um número maior de empresas de tecnologia está buscando aumentar a receita nos próximos dois anos fora dos Estados Unidos, da China e da Índia, de acordo com os resultados da pesquisa "Panorama de negócios para a indústria de tecnologia", realizada pela KPMG com executivos do setor de tecnologia baseados nos EUA. Brasil, México, Canadá e Coreia do Sul tornam-se destinos atraentes, embora haja preocupação com os custos trabalhistas e com os fabricantes de baixo custo.
Indagados sobre quais mercados geográficos terão o percentual mais alto de aumento de receita para as suas empresas nos próximos dois anos, os executivos continuam a citar os Estados Unidos e a China, mas esses números estão em queda. 68% dos respondentes apontaram os Estados Unidos, mas esse percentual está abaixo dos 75% de 2012 e dos 77% de 2011. Cerca da metade dos respondentes (53%) apontou a China, com dois pontos percentuais acima dos números de 2012, mas ainda 5 pontos percentuais abaixo dos números de 2011. 27% dos respondentes indicaram a Índia, cujos números caíram pelo segundo ano consecutivo, colocando o país na quarta posição da lista.
Um terço dos entrevistados na pesquisa citou o Brasil como referência para o aumento de receita durante os próximos dois anos, em comparação aos 29% do ano passado. 26% dos entrevistados escolheram o Canadá, 15%, o México e 14%, a Coreia do Sul. Os números referentes aos três últimos países estão entre cinco e seis pontos percentuais acima dos números do ano passado, fazendo de 2013 o segundo ano consecutivo de aumento.
61% afirmam que as empresas norte-americanas terão a maior taxa de crescimento de emprego até 2015, mas esse número ainda está 16% abaixo do número registrado no ano passado. Já na China (49%), na Índia (48%), no Brasil (26%), no Canadá (23%), no México (21%) e na Coreia do Sul (12%), os números apresentados estão quatro pontos percentuais acima dos números observados na pesquisa feita no ano passado.
Para 38% dos executivos, a pressão dos preços continua sendo a barreira mais significativa enfrentada pelas empresas de tecnologia para o crescimento no próximo ano, e 24% deles consideram os custos trabalhistas como um desafio. No ano passado esse percentual era de 20% e em 2011, de 16%. Conseguir manter um controle total das tecnologias emergentes é visto como uma barreira significativa para 24% dos entrevistados. A perda de participação de mercado para fabricantes de baixo custo é considerada uma grande ameaça ao modelo de negócios das empresas de tecnologia, sendo apontada por 34% dos entrevistados.
Nuvem
38% dos executivos acreditam que a computação em nuvem e a tecnologia móvel (incluindo dispositivos móveis) serão os maiores determinantes de receita para as empresas nos próximos três anos. Entre eles, cerca de 70% dizem que as receitas da computação em nuvem e da tecnologia móvel atingiram ou superaram as estimativas do ano passado. 57% dos entrevistados afirmaram que suas empresas adotaram a computação em nuvem e 12% dizem que as suas empresas planejam adotar o sistema e acreditam que o farão facilmente.
Fusões
Cerca de dois terços dos executivos do setor de tecnologia dizem que as suas empresas provavelmente, ou muito provavelmente, estarão envolvidas, de algum modo, em fusões ou aquisições em 2014. 56% dizem que o acesso às novas tecnologias e aos produtos será novamente determinante, seguido pelo acesso a novos mercados geográficos (39%), sinergias de produtos (37%), custos trabalhistas (23%), funcionários com novas habilidades e especialidades (21%) e pressões sobre os custos de produção (19%).
Regulamentação
31% dos executivos dizem que a incerteza política/regulamentar é a maior ameaça ao modelo de negócios de uma empresa. Seguindo esse mesmo número, um entre cada cinco executivos (ou 22% dos entrevistados) afirma que as pressões regulamentares e trabalhistas apresentam a maior barreira para o crescimento durante o próximo ano. Analisando quais dos seguintes itens representam o maior risco para o crescimento de suas empresas, 46% dos executivos do setor de tecnologia dizem que os cortes de gastos do precipício fiscal representam o maior risco, seguidos por 43% que acreditam que esse risco seja a reforma do imposto de renda sobre pessoas jurídicas, 36% que alegam que seja a crise do Euro e 15% que afirmam que a não adoção da reforma do sistema de imigração para os trabalhadores das áreas de engenharia e tecnologia representa o maior risco.