A cidade de São Paulo agora conta com um aplicativo que funciona como um marketplace de experiências de alta gastronomia, o Gurmit (Android, iOS). Uma equipe de curadores seleciona os estabelecimentos comerciais que podem fazer parte, entre restaurantes, confeitarias, cervejarias, docerias etc. Gurmit reúne hoje 175 parceiros, dentre os quais Tasca da Esquina, Chocolat du Jour e Pine & Co. Outros 200 já estão acordados para entrar. A meta é chegar a um número entre 500 e 600 até o fim do ano.
A ideia do Gurmit nasceu durante a pandemia. Seu criador, o empreendedor Federico Pisani, sentia falta de um app dedicado à alta gastronomia paulistana. E percebeu que os restaurantes desse segmento não estavam satisfeitos com a experiência que têm dentro de marketplaces como iFood e Rappi.
“Decidimos criar um marketplace para restaurantes bons. Não são necessariamente os mais caros, mas aqueles com a melhor pizza, o melhor vinho, os melhores doces, o melhor azeite etc”, explica Pisani. Para garantir uma boa usabilidade, as fotos dos pratos são tiradas pela própria equipe do Gurmit.
Modelo de negócios
A proposta foi bem recebida pelos restaurantes paulistanos. Além da curadoria especializada, o Gurmit tem como diferencial a cobrança de uma taxa de 4,9%, menor que aquela adotada por Rappi e iFood. A taxa de adquirência é cobrada à parte, assim como o custo da entrega, cuja operação é terceirizada com parceiros logísticos.
Vale destacar que o Gurmit não exige exclusividade dos restaurantes para fazerem parte do marketplace. “A exclusividade é uma distorção que só existe no Brasil. Acho que foi uma ideia do iFood para se proteger. Tem um processo no Cade sobre isso. Para a gente foi até uma barreira de entrada durante a pandemia. Mas percebo que, com a reabertura das portas e retomada da economia, os restaurantes não querem mais essa exclusividade. E nós também não queremos. É o restaurante quem decide com quais apps quer trabalhar”, comenta.
Comunidade
Para se cadastrar no Gurmit é preciso ser convidado. Cada restaurante embarcado recebe um código e, com ele, pode convidar clientes. E cada usuário cadastrado tem direito a chamar mais três pessoas.
Em fase de soft launch, o Gurmit tem hoje 10 mil usuários cadastrados e registra 1 mil pedidos por mês, com tíquete médio de R$ 200. A expectativa é alcançar no fim do ano 100 mil usuários cadastrados, 30 mil pedidos por mês e tíquete médio acima de R$ 300.
Pisani reforça que o objetivo do Gurmit não se restringe a ser um mero app de delivery de restaurantes de alta gastronomia. “Não queremos ser um app de delivery. Queremos criar uma comunidade de food lovers”, descreve.
Isso fica claro diante dos planos de evolução do aplicativo. Sua próxima versão, com lançamento previsto para junho, incluirá ferramentas de socialização, em que as pessoas vão poder descobrir restaurantes e pratos que estão mais populares ou ver o que os amigos estão pedindo, por exemplo.
A curadoria também será aprimorada. Além de selecionar os restaurantes, os curadores vão escolher também quais pratos de cada parceiro serão destacados no cardápio dentro do app.
Outra novidade será a oferta de produtos relacionados à experiência gastronômica, como pratos, talheres, flores. “Vamos vender a experiência. Está sozinho? Está com pressa? É um jantar romântico? É uma festa mais formal? Ou com amigos? Poderemos montar a experiência, inclusive combinando produtos de vários restaurantes”, prevê.
Paralelamente, está sendo planejada a expansão do Gurmit para outra cidade, provavelmente no exterior. Lima, Buenos Aires, Milão e Lisboa são as principais candidatas.
Investimentos
O desenvolvimento do app ficou a cargo da Hanzo, empresa da qual Pisani é o CEO. O Gurmit pertence 100% à Hanzo, que investiu até agora R$ 2 milhões no projeto. Mais R$ 3 milhões serão investidos até o final do ano.