A Infraero quer melhorar a conectividade móvel dentro dos seus aeroportos. Para isso estuda a possibilidade de criar uma concessão para a instalação de rede neutra 5G em cada aeroporto que administra, começando provavelmente pelo Santos Dumont, no Rio de Janeiro, por onde passam 20 mil pessoas diariamente. Ao todo, a Infraero opera 29 aeroportos no País.

A ideia é atrair empresas dispostas a montar uma rede 5G com small cells para ser compartilhada com as operadoras móveis. A Infraero será remunerada por isso, mas os detalhes do modelo ainda serão desenhados.

Para ajudá-la nesse projeto, a Infraero está conversando com a Anatel, com as operadoras e também com a Anac. Uma coisa é certa: será preciso alterar as normas da própria Infraero sobre a instalação de antenas dentro dos seus aeroportos, pois são muito antigas.

“A regulamentação da Infraero para esse tipo de solução fala de pagers, antena VHF, UHF… É muito antiga e precisa ser atualizada para ser mais aderente aos modais de tecnologia de conectividade que existem hoje. Contamos com a parceria da própria Anatel para estudarmos isso”, relata Tiago Faierstein, diretor comercial da Infraero, em conversa com Mobile Time.

A intenção da Infraero é ter o modelo de concessão definido dentro de três meses e implementar uma primeira rede ainda este ano, diz o executivo.

Rede privativa e FWA

Também é avaliada a possibilidade de instalação de rede celular privativa para atender a Infraero e, eventualmente, as companhias aéreas. Também é possível oferecer FWA para lojistas e outras empresas que atuam nos aeroportos.

Vale lembrar que segue em vigor a concessão da Infraero para a exploração do serviço de Wi-Fi dentro dos aeroportos pela Boingo. Isso não será alterado. Faierstein entende que as duas tecnologias (5G e Wi-Fi) são complementares.

Conforto

“Precisamos trazer as redes móveis para dentro dos aeroportos. Isso é uma dor hoje para os passageiros”, avalia o diretor comercial da Infraero. “O Santos Dumont, por exemplo, é um grande shopping no Rio de Janeiro. As pessoas que trabalham no Centro vão para lá se entreter. Temos, portanto, um público passageiro e um público passante no aeroporto, para os quais precisamos dar mais conforto. Isso inclui não apenas um bom ar condicionado e um bom estacionamento, mas também conectividade”, diz o executivo.

 

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