A Teldoctor (Android, iOS), startup de telemedicina, desenvolveu uma plataforma capaz de fazer o primeiro atendimento em pacientes à distância. Recentemente, a plataforma foi aprimorada com inteligência artificial vinda dos Estados Unidos. O algoritmo detecta 3 mil doenças comuns e que são iguais em todo o mundo, e é capaz de viabilizar 150 mil atendimentos mensais.
Cabe à IA organizar as informações dos pacientes, fazer a triagem e direcioná-los ao profissional mais indicado que fará o atendimento humanizado, ou à realização de um exame. “Com isso, o usuário ganha tempo”, explica o CEO da Teldoctor, Marcelo Callegari. Caso o paciente tenha sintomas de algo mais grave, a plataforma avisa que não poderá atendê-lo e recomenda que vá ao pronto socorro mais próximo.
Depois de fazer o cadastro na Teldoctor, preenchendo e-mail e senha, o usuário responde a um questionário sobre doenças preexistentes, medicamentos que toma, se já foi ao médico etc. Assim, o paciente chega na consulta com o médico com uma a anamnese pronta. Cabe ao profissional se aprofundar, caso ache necessário, e dar continuidade ao atendimento.
A empresa
A Teldoctor existe há oito anos e se chamava Andrologia, porém, era especializada nas áreas de cardiologia, medicina preventiva e saúde sexual. A expansão foi possível em 2018, quando o fundo de investimentos M.A.I.A.S Partners comprou uma parte da companhia e investiu na ampliação do algoritmo. Com isso, mudou o nome para Teldoctor e passou a contar com 14 médicos contratados e atendimento em diversas especialidades. Apesar de restrita até então, a empresa de telemedicina atendeu mais de 375 mil pessoas desde 2011.
Atualmente, a plataforma tem uma média de 800 pessoas por dia usando seus serviços, sendo que entre 30% e 40% são usuários mobile.
Modelo de negócios
A Teldoctor conta com dois tipos de atendimento: B2C e B2B. No primeiro modelo, basta a pessoa se inscrever na plataforma. Porém, cada uso do serviço – consulta ou solicitação de prescrição médica, por exemplo – custa R$ 69,90.
No B2B, a Teldoctor optou por fazer parcerias com empresas e com companhias de recursos humanos que prestam serviços. “A plataforma, inclusive, foi recentemente implementada numa companhia especializada em RH que atende 100 mil trabalhadores por mês”, contou Callegari.
Outro modelo de negócios é a versão white label da plataforma. Neste caso, uma empresa pode oferecer os serviços de telemedicina a seus clientes com a sua marca. Um exemplo é uma academia de ginástica, que pode ter um totem em seu espaço para que o usuário acesse a Teldoctor.
“Uma academia tem 1 mil vidas, por exemplo. É pouco para desenvolver uma plataforma. Mas pode ser um diferencial em seus serviços”, diz o CEO. Assim, um plano pode custar a partir de R$ 69 para o cliente da academia, dos quais 30% a 35% ficam com o parceiro e o resto, com a empresa de telemedicina.
A aplicação também pode ser usada em uma das 1,2 mil farmácias cadastradas na plataforma, localizadas em São Paulo e no sul do País. No caso, o farmacêutico cadastrado no Teldoctor pode usar o serviço de tele saúde e orientar o cliente. Para estes casos, o valor pago é de R$ 39,90.
LGPD
Callegari explica que a plataforma está preocupada em proteger os dados de seus usuários e já está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor em agosto de 2020. Para isso, separa as informações em diferentes níveis, como as instituições bancárias. Os dados pessoais vão para uma área, e os dados dos prontuários para outra, criptografada. “São APIs diferentes, o que facilita”, conta.
Expectativas
Depois de um investimento de R$ 14 milhões com estrutura, desenvolvimento, APIs, aparelhos, inteligência artificial etc, a ideia é que, até o fim de 2019, a Teldoctor atinja entre 4 mil e 7 mil consultas por dia. “A empresa está paga. Ela não atingiu o payback, mas o breakeven, sim. Agora, para alcançarmos nossa meta, vamos montar uma estrutura física no nordeste do País para atendermos essa população ainda carente em atendimento médico”, conta Callegari.