Um estudo apresentado pelos criadores do app Poder do Voto (Android, iOS) revelou que os aplicativos brasileiros ligados à vida política foram baixados mais de 2 milhões de vezes até o mês de junho. Apresentado em São Paulo nesta quinta-feira, 6, o documento levantou dados públicos de 20 aplicativos na Google Play.
A análise dividiu os aplicativos em três grupos: auxílio à escolha de candidatos, monitoramento das atividades de políticos e educação para cidadania. Entre os mais baixados, o Detector de Corrupção, um app que revela se o político responde por processo judicial por meio de reconhecimento de imagem, é o que mais tem downloads no Android, 1 milhão. Em seguida aparecem +Mudamos (iniciativa de projetos de lei de iniciativa popular), com 600 mil downloads, e o Colab (rede social de zeladoria municipal) com 200 mil.
“O relatório mostra que temos desesperança. Acredito que a tecnologia possa reverter isso”, enfatizou Mario Mello, cofundador do Poder do Voto.
O estudo contabilizou também as visualizações das páginas dos projetos com ferramenta de análise. Neste quesito foi revelado que mais de 5 milhões de brasileiros foram impactados pelo ecossistema, algo que representa 3,4% dos eleitores brasileiros.
“Hoje tem 5 milhões de eleitores usando a tecnologia para aperfeiçoar a democracia, segundo o nosso estudo. Se pessoas com pouca instrução usam o WhatsApp e Facebook, por que não usar uma tecnologia similar para melhorar a política?”, completa Mello, ex-presidente do PayPal Brasil.
Ainda de acordo com Mello, o número de downloads pode ser maior, uma vez que o estudo não utiliza dados da App Store. Maurício Vargas, presidente do Reclame Aqui e idealizador do Detector de Corrupção, por exemplo, afirmou que seu app tem 1,4 milhão de downloads nas duas lojas.
Durante o evento, que também discutiu novas formas de acompanhar a vida política e a cidadania, Luiza Trajano, presidente do conselho da Magalu e líder do Grupo de Mulheres do Brasil, defendeu que esses grupos ajudam na educação da cidadania no País e que a mudança na política virá de ações de movimentos como esses.
“Não acredito que nenhum político vai mudar a situação com o sistema que está aí. Eu peço desculpas à sociedade, pois não começamos este movimento antes”, disse Trajano.